Aos 37 anos, Ana Paula Catete já acumula experiências como jornalista, empresária e palestrante, especialista em liderança e gestão de negócios. Mas para a jovem praticante do cristianismo, não basta acumular conhecimentos, é necessário compartilhar. Hoje Ana Paula está no vilarejo Camizungo, em Luanda, no continente africano, realizando um trabalho voluntário.
O objetivo é ajudar na construção de casas para a comunidade, obra na qual são usados tijolos ecológicos feitos pelos próprios voluntarios. O vilarejo Camizungo abriga refugiados de guerras civis que ocorreram na África. Atualmente abriga 252 famílias, sendo 452 crianças.
Nesta entrevista exclusiva ao nosso site Ana Paula Catete fala mais sobre esse trabalho inspirador.
Benigna Soares – Como se dará a sua participação nessa missão na África e o que motivou você a participar?
Ana Paula Catete - Essa é a mais linda e desafiadora viagem da minha vida. Missão África é um trabalho voluntário voltado para reconstrução do vilarejo Camizungo, situado no entorno de Luanda, capital da Angola. O vilarejo possui moradores refugiados de guerras civis que ocorreram na África. São 252 famílias, sendo 452 crianças. Em parceria com a ONG Atos, criada em 2010 pelo missionário Itamar Vieira, realizaremos uma parte do projeto urbanístico já existente, e a construção de casas com tijolos ecológicos.
Benigna Soares - Existem poucas pessoas com essa virtude da solidariedade. Como você se sente participando dessa missão?
Ana Paula Catete - Sempre digo que se eu pudesse pararia tudo que faço e me dedicaria apenas a ajudar a quem precisa. É um dos meus objetivos mais desafiadores. Essa coisa de ajudar ao próximo nasceu da minha relação com Deus. Na Escola Salesiana do Trabalho eu já trabalhava com crianças, adolescentes e jovens em situação de risco social. Eles iam para a escola nos finais de semana para praticar esportes, mas principalmente por causa dos lanches que eram servidos. Era uma forma de eles terem uma refeição por dia.
Benigna Soares - Jornalistas em missão solidaria ou em territórios de conflitos muitas vezes são vítimas de violações de diversos direitos e até mortos. Isso não intimida você?
Ana Paula Catete - Jamais me intimidaria. Pelo contrário. É quando eu busco mais força e entendo que nós somos o governo aqui na terra e essas pessoas de lá só precisam ativar suas identidades e seus propósitos. Essas famílias estão muito sofridas por tudo o que passam. Nós recebemos relatos de crianças que estão com paralisia, desnutridas por conta da má alimentação. A fome mata. A desnutrição mata. Mas existem pessoas que querem mostrar para elas que elas podem fazer o que elas quiserem nessa terra.
Benigna Soares - E esse trabalho de liderança, como você desenvolve associado ao jornalismo em uma missão solidaria?
Ana Paula Catete - Eu trabalhei na Câmara dos Vereadores, Assembléia Legislativa, Sudam, TV Nazaré, sempre na chefia. Desde cedo eu me identifiquei com a questão da liderança. Muitas das vezes o líder não está preparado para a liderança. São essas questões que vou abordar nas palestras que fui convidada a ministrar para a população do Vilarejo.