ENFRENTAMENTO À COVID-19
Rede Pará: Barcarena é o primeiro município do Pará a anunciar que conseguiu controlar o novo coronavírus. Como explicar esse desfecho diante de um desafio como este vivido em todo o Brasil?
Paulo Alcântara: É muito simples. Com a pandemia de um vírus que até os cientistas não tinham conhecimento das suas ações, por completo, nós também tivemos que ficar uma ou duas semanas convivendo com aquelas recomendações do Ministério da Saúde de que as pessoas tinham que ficar em casa e só procurar os hospitais quando estivessem realmente se agravando. Diante disso, nós percebemos que as pessoas já chegaram aos hospitais em estado grave. Nós não tínhamos como entubar, pois tínhamos poucos respiradores. Buscávamos leitos em Belém, mas foi no mesmo momento em que lá estava em situação difícil, com pessoas quebrando até portas de hospitais. Então, resolvemos colocar plantões nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) em todos os finais de semana, compramos bastante medicamento para tratar os sintomas logo no início. Com isso, conseguimos diminuir essa pressão dentro dos nossos hospitais. Assim que as pessoas chegavam nas UBS eram atendidas, testadas e tratadas e levava medicamento para casa, para continuar se tratando em casa. Essa pressão nos nossos hospitais foi maior no mês de abril. A partir de maio começamos a diminuir essa demanda excessiva dentro dos hospitais e no dia 26 de junho fechamos as portas do nosso hospital de campanha.
Rede Pará: Explique essa decisão pelo fechamento do hospital de campanha.
Paulo Alcântara: Quero ressaltar que é um hospital municipal de campanha, que tem uma ajuda de empresas, mas ele é municipal, em prédio do município. Estamos fechando as portas hoje por falta de demanda. Não temos mais paciente com covid-19 para colocar nesse hospital de 20 leitos e fora ele, temos a UPA 24 horas, com 26 leitos e o Wandick Gutierrez, com 40 leitos. Veja bem, tínhamos 46 Leitos disponíveis para pacientes de coronavirus e desses, 22 tem leitos com respiradores, monitores e em 22 podemos entubar os pacientes. Acreditamos que já conseguimos controlar o avanço da doença no município de Barcarena, onde 93% dos casos é de pacientes já recuperados. Tivemos apenas 4,6% de óbitos. Nós podemos já pensar em flexibilização no comércio, nas questões econômicas do Município graças a esse número que nós chegamos hoje.
REDE DE PARCERIAS E APOIO DO ESTADO
Rede Pará: Barcarena se diferencia da maioria dos Municípios do Brasil por ser um polo industrial dos que mais contribui para o desenvolvimento econômico do País. Como essa realidade contribuiu na hora de enfrentar a pandemia?
Paulo Alcântara: Como eu falei anteriormente, tivemos parceria de várias empresas. Nós tínhamos aqui apenas oito respiradores antes de começar a pandemia. Hoje nós temos 22, graças à colaboração dessas empresas. Conseguimos com as empresas novos monitores e leitos novos. Tudo isso foi com muitas mãos unidas aqui no município de Barcarena, que fez com quem nós chegássemos a esse estado até de um certo conforto em relação à pandemia aqui no município de Barcarena.
Rede Pará: E como está a parceria do Governo do Estado com Barcarena nesse momento de pandemia. O apoio chegou a tempo?
Paulo Alcântara: Sim. O Governo do Estado sempre nos apoiou aqui em todos os sentidos, mesmo fora da pandemia. Durante a pandemia nós tivemos oportunidade de termos aqui a Policlínica Itinerante, que se instalou durante três dias aqui no município e colaborou muito com essa questão do tratamento dos pacientes, para não agravar os que já estavam com a covid-19.
MEDIDAS PREVENTIVAS
Rede Pará: O hospital de campanha será fechado, por já ter cumprido a missão prevista para ele. Como será, a partir de agora, o controle para que o município não volte a saturar o sistema de saúde e ter novo descontrole da pandemia?
Paulo Alcântara: Olha, o controle é o que nós já vimos fazendo, sempre pedindo a população que só saia de casa em extrema necessidade. Vamos flexibilizar alguma coisa no comércio, mas que todos cumpram os procedimentos de prevenção, higiene, distanciamento. Vamos manter o que vínhamos fazendo, além do tratamento e se alguém testar positivo, trataremos no início, dando medicamento ao paciente para evitar que ele evolua a um caso mais grave para não precisar de internação.
ELEIÇÕES MUNICIPAIS 2020
Rede Pará: As eleições municipais se aproximam e com o novo calendário já estabelecido pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) TSE agora é hora de pensar também no futuro de Barcarena. Está nos seus planos a reeleição ou a gestão vai apoiar um novo candidato?
Paulo Alcântara: Não. Eu não penso em reeleição. Eu estou Prefeito por que, infelizmente, o meu parceiro Prefeito Vilaça faleceu ano passado e os cinco meses do ano passado e mais um ano agora eu quero cumprir apenas o meu mandato que era de vice-prefeito e agora de prefeito. Eu não pretendo ir para reeleição. Mas, nós iremos apoiar sim, com certeza um candidato que é barcarenense, uma pessoa que conhece nosso município, os problemas e é parceiro do Governo do Estado. É o vice-presidente da Assembleia Legislativa, o deputado estadual Renato Ogawa. Ele é o candidato que iremos apoiar para as próximas eleições.
Rede Pará: E quais os principais desafios de Barcarena a partir de 2021 para o seu candidato?
Paulo Alcântara: Os desafios são grandes porque esse é um trabalho que nós vínhamos fazendo juntos, né. O Renato foi vice-prefeito no primeiro governo do Vilaça eu fui vice-prefeito no segundo mandato dele, estou Prefeito. Então o nosso plano era no primeiro governo do Vilaça, mudança. No segundo, o trabalho da mudança continuando e com certeza absoluta será da mesma forma porque Barcarena é uma cidade que tinha Polo Industrial como foi falado, mas a gestões não acompanhava o tamanho do que era necessário para desenvolver esse município. Então, isso foi despertado no governo do Vilaça, nós estamos dando continuidade e o Renato, como participou do primeiro mandato, também está inserido nesse contexto de fazer uma Barcarena uma cidade futurista, bem desenvolvida aqui no Estado do Pará.