Nesta entrevista, o fisioterapeuta fala sobre os benefícios da ozonioterapia e porque a técnica ainda é tão combatida. Para que não sabe, a terapia utiliza a aplicação de uma mistura dos gases oxigênio e ozônio, que resulta na melhoria da oxigenação e da circulação sanguínea, reduz a dor e a inflamação, além de apresentar propriedades germicidas. Confira:
Você tem um trabalho muito importante no desenvolvimento da ozonioterapia aqui em Belém. Mas essa terapia ainda sofre ataques por parte de alguns profissionais de saúde. Por quê?
Diogo Bonifácio – Atualmente, aqui no Brasil, a ozonioterapia é reconhecida por vários conselhos de classes profissionais, como a odontologia, a fisioterapia, a farmácia, a biomedicina, a enfermagem e a medicina veterinária. Hoje, o único conselho que proíbe a prática da ozonioterapia é o Conselho Federal de Medicina. E ela continua sendo alvo de preconceito porque na mesma proporção existe uma ação gigantesca para o reconhecimento dessa terapia.
E a que se deve esse preconceito?
DB – Todas as terapias ditas naturais sofrem muito preconceito. Isso envolve questão política, financeira, de lobby muito grande da indústria farmacêutica, da indústria química. A gente vê isso com os Florais de Bach, aromaterapia, homeopatia, acupuntura... Ainda hoje são vistas com ressalva por uma parte do meio médico.
E como a ozonioterapia é vista fora do Brasil?
DB – Em grandes países ao redor do mundo, existem sociedades médicas de ozonioterapia prescrevendo essa terapia de forma legal, até dentro da saúde pública. Espanha, China, Japão e Itália desenvolveram protocolos para tratamento da Covid-19 com a utilização da ozonioterapia. Alguns desses trabalhos foram publicados pela Federação Mundial de Ozonioterapia, dando todas as normativas de como realizar esses tratamentos. Ou seja, não estamos falando de algo utópico, mas de algo muito real, onde existem médicos sérios e comprometidos fazendo estudos sobre os benefícios dessa terapia.
Por falar em Covid-19, como ficou o seu trabalho neste cenário de pandemia?
Diogo Bonifácio - Muito intenso. Alguns serviços da clínica ficaram parados, mas eu não parei, pois cuido de pacientes com dores crônicas, com doenças degenerativas, pessoas que não podem interromper o tratamento. Logicamente, tomando todo cuidado necessário de prevenção para realizar esses atendimentos. O interessante é que, depois que a situação ficou um pouco melhor, o setor de enfermagem da clínica passou a atender pacientes com a Covid-19, aqueles que não precisavam de internação e poderiam ser atendidos em ambulatório. Para isso, tomamos todo o cuidado necessário: usamos equipamentos como luvas, máscaras, macacão etc. Foi um trabalho bem intenso.
Há relatos de médicos que detectaram a chamada síndrome pós-covid em pacientes que se curaram da doença. Você atendeu algum desses casos?
DB – Sim. Percebo que, depois que se curam da Covid-19, algumas pessoas que já possuíam doença ou disfunção pré-existente, os sintomas ficaram mais evidentes. Nessa área, utilizamos também a ozonioterapia por ter ação de oxigenação, o que diminui o tromboembolismo, característico da Covid. Logo na primeira sessão, o paciente já tem melhora significativa.
Você está comemorando 10 anos de sua clínica em Belém. Qual o segredo para chegar a essa marca?
DB – Nosso atendimento é abrangente. Atuamos não só com a fisioterapia, mas também com saúde integrativa, envolvendo muitas áreas, como pilates; recuperação esportiva; tratamento de dores, etc. E atendemos de forma muito mais sistêmica, onde o paciente que tem, por exemplo, uma artrose de joelho, sabe que esse problema faz parte de um corpo todo que está inflamado. Temos uma equipe pronta para atender esse paciente de forma integrativa. E isso faz muita diferença para o paciente
Um dos seus pacientes foi o músico baiano Carlinhos Brown. Como você chegou até ele?
DB – Através de uma grande amiga fisioterapeuta lá da Bahia, a Carina Sandes, que me chamou para integrar a equipe que iria trabalhar para o músico. Ela atua bastante com ozonioterapia, mas não tinha outras técnicas que eu tenho, como a osteopatia, mobilização neural, conceito Mulligan, conceito Maitland, e ela queria integrar esses serviços. O trabalho foi fantástico! Nossa energia foi tão grande que o trabalho fluiu muito bem. A gente fez um trabalho pautado na fisioterapia integrativa, onde, além da ozonioterapia, usamos a terapia manual e a reabilitação motora.
Isso mostra o quanto o teu trabalho tem respaldo dentro e fora do Pará. Pode contar qual o seu diferencial?
DB – Penso que seja muita dedicação e a minha eterna busca por conhecimento. Eu sempre tive o cuidado de escolher bons cursos, boas formações. E tenho uma coisa muito minha de não parar quieto, pois acredito que sempre tem algo mais para aprender.
E quais são os projetos futuros?
DB - Além de inaugurar um novo serviço na clínica em breve, a meta é seguir trabalhando para oferecer o melhor atendimento possível e trazer para clínica novidades em tratamentos eficientes e comprometidos com o bem-estar de nossos pacientes.