Cultura
Com cinco décadas de atividades ininterruptas na bagagem, o Quinteto Villa Lobos (RJ) subiu ao palco do Theatro da Paz, em Belém, nesta segunda-feira, 2, e não decepcionou o público que marcou presença na segunda noite de programação do XVII Festival Internacional de Música do Pará. Em uma apresentação intimista, que demonstrou um pouco da amplitude do repertório do grupo, os músicos Rubem Schuenck (flauta), Luis Carlos Justi (oboé), Paulo Sergio Santos (clarineta), Philip Doyle (trompa) e Aloysio Fagerlande (fagote), estenderam as comemorações pelo cinquentenário. E agradaram quem aguardava com expectativa pela apresentação.
O músico Renato Pinheiro e a namorada Cibele Donza foram alguns deles. Antes do concerto, o músico contou que já aguardava há algum tempo pela apresentação do Quinteto. “Conheço já há bastante tempo e sempre me interessei. Consequentemente sempre procurei acompanhar o que eles fazem. Mas essa é a primeira vez que tenho a oportunidade de vê-los mesmo ao vivo em Belém. Pelo menos, particularmente não lembro de já ter tido outra apresentação deles aqui”, comentou Renato, que integra o time da Orquestra Sinfônica do Theatro da Paz (OSTP).
No sábado, 7, durante a apresentação da Orquestra Sinfônica do Festival, Renato terá a oportunidade de dividir o oboé, seu instrumento de ofício, com Carlos Justi, do Quinteto Villa Lobos. “O bacana do festival é justamente proporcionar essas oportunidades maravilhosas, tanto para nós músicos, quanto para o público. Acredito que ele é mesmo um presente para a cidade e para todos aqueles que gostam de música. No meu caso será um prazer imenso poder dividir o palco com vários músicos que admiro, especialmente ele”, afirmou.
Durante o concerto, o Quinteto apresentou músicas de Gyorgy Ligetti, Ronaldo Miranda, Heitor Villa-Lobos, Marcelo Nobre e do compositor carioca Guinga, que também inspirou o grupo para a gravação do último álbum, o “Rasgando Seda”, totalmente dedicado à música do compositor. O trabalho, que conta com arranjos inéditos e a participação de Guinga ao violão em oito das 12 faixas – em uma delas ele também canta, o que é considerado um fato raro - foi indicado recentemente ao Grammy Latino. No Theatro da Paz o grupo tocou “Di Menor”, “Blue Eyes” e “Coco do Coco”.
A família da advogada Deise Hackemann, 40, também marcou presença na apresentação. “Estamos acompanhando tudo que podemos do festival porque gostamos muito de viver música e cultura em geral, e queremos que nosso filho também cresça com isso”, afirmou Deise, acompanhada do marido, Frederico, 43, e do filho, o pequeno Björn, de 5 anos. “A iniciativa é maravilhosa porque ao longo do ano ainda somos carentes dessas apresentações. Então vamos acompanhar os outros dias também, queremos aproveitar ao máximo da programação”, acrescentou Frederico.
Além do Quinteto, a família também prestigiou a apresentação do grupo Anima, na Igreja de Santo Alexandre. O grupo, que nasceu há 25 anos como resultado de reflexões sobre a performance musical e a memória musical brasileira, apresentou o espetáculo “Encantaria – Matrizes da Música Brasileira” e envolveu o público, ao contar, em forma de concerto, o mito do Rei Encantado, o Rei Encoberto, Dom Sebastião, desaparecido na Batalha de Alcácer Quibir, em Marrocos, em 1578. No espetáculo, ele ressurge no Brasil de ontem e de hoje.
Para a apresentação, o grupo formado pelos músicos Luiz Fiaaminghi (rabecas brasileiras e vielle), Gisela Nogueira (viola de arame e violão), Marlui Miranda (voz, percussão e flautas indígenas-brasileiras), Paulo Dias (percussão, organetto e cravo), Silvia Ricardino (harpa medieval) e Valéria Bittar (flautas medieval, renascentista e barroca, e flautas indígenas brasileiras) contou com a participação da cantora Cecilia Arellano, nascida na Argentina, mas criada no Brasil, e que carrega o título de artista multifacetada. No espetáculo, o grupo seguiu a sua proposta, de narrativa e canto.
Nesta terça-feira, 3, a programação tem início às 18h, com a apresentação do Muiraquitã Jazz, no anfiteatro Pedro Nolasco, da Estação das Docas. Às 19h, o público tem três opções: a apresentação de Flávio Augusto (piano) e Eduardo Monteiro (flauta), no Teatro Waldemar Henrique; a Orquestra Jovem da Fundação Carlos Gomes, na Igreja de Santo Alexandre; e o Grupo de Flautas Doces do Carlos Gomes, na Catedral Metropolitana. Já às 20h30 o Pampa Brass, da Argentina, sobe ao palco do Theatro da Paz.
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