Cultura
As apresentações da Orquestra de Choro Uirapuru, na Estação das Docas, do Quinteto Catarinense, no Teatro Waldemar Henrique, do Rostock & String Quartet, no Theatro da Paz, e da cantora Gigi Furtado, no Camarin Cultural, marcaram a programação desta sexta-feira (6) do XXVII Festival Internacional de Música do Pará. Desta vez, diferente dos últimos dias de evento, não houve apresentação em dois espaços – Catedral Metropolitana e Igreja de Santo Alexandre –, como previsto na programação desta edição. Em contrapartida, o público novamente foi o ponto alto dos concertos, com gente de todas as idades.
No anfiteatro Pedro Nolasco, da Estação das Docas, onde o grupo Uirapuru se apresentou, a animação e o repertório do show – que reuniu grandes nomes do samba de gafieira e do choro, como Paulinho da Viola, João Bosco, Chico Buarque e Jacó do Bandolim – contagiaram o comerciante Osvaldo da Cruz, 67. “Não tem como não gostar de uma coisa dessas. Só se eu estivesse louco do meu juízo”, disse ele, que é natural da Paraíba e há mais de 20 anos tem em Belém um ponto certo para as vendas. “Venho a cada dois meses, e dessa vez calhou com o festival”, contou.
O técnico de mineração Raimundo Sodré, 51, também aprovou a apresentação e o repertório do grupo. “Tenho uma identificação de berço com a música, e especialmente com esse tipo (samba e choro), que me lembra muito a minha mãe”, comentou, enquanto escutava “Minha Missão”, do sambista João Nogueira, e “Feijoada Completa”, composta por Chico Buarque e também interpretada por Nogueira. Ele ainda aproveitou para elogiar a técnica dos músicos. “Conheço alguns deles de ver as apresentações. Admiro muito o rapaz do cavaco (Diego Xavier), por exemplo. Eles sabem o que fazem”, opinou.
No Teatro Waldemar Henrique, o professor de arte Francisco Carvalho se impressionou com a apresentação do Quinteto de Cordas Catarinense, formado por João Eduardo Titon (violino), Juan Carlos Rossi (violino), Leonardo Piemartiri (viola), Hans Twitchell (violoncelo) e Gustavo Lange Fontes (contrabaixo). “Acompanhei todos os dias as apresentações aqui no teatro, e até agora eles foram o grupo de que eu mais gostei. São de virtuosismo maravilhoso. É como se conseguíssemos degustar a alma dessas obras que eles tocaram”, afirmou.
No Theatro da Paz, o Projeto Percussion Rostock atraiu um público diverso, mas, sobretudo, de estudantes e músicos de percussão, que aguardavam ansiosos pela apresentação. “Não estava conseguindo nem piscar”, disse a estudante Tâmara Aviz, 22, sobre a expectativa para o concerto. Ela e outros três amigos, Christopher Santana, 19, Jaciane Ferreira, 22, e Talita Araújo, 19, todos estudantes de percussão, foram juntos ao concerto. “Fizemos a masterclass com eles e foi incrível. Eles são muito bons, uma referência em todo mundo. Aprendemos coisas que nem imaginávamos”, comentou Talita.
O grupo, que surgiu da união entre percussionistas profissionais de orquestras, desde a sua criação foi considerado um fenômeno, conseguindo a proeza de lotar ginásios de esportes durante apresentações na Europa. Nos anos de 2004 e 2005 foram considerados os melhores do mundo pela crítica especializada. Em 2005 vieram pela primeira vez ao Brasil participar do Festival Internacional de Música do Pará e conquistaram a plateia. Desta vez, não foi diferente. Eles apresentaram obras de Eduardo Larson, Schostakowitsch, Lucas Guinot e Sandström.
No Camarin Cultural a noite foi de jazz, blues e bossa nova com a cantora Gigi Furtado, que apresentou o show “So In Love”, uma referência à canção de autoria do músico e compositor americano Cole Porter. No concerto, Gigi fez releituras de grandes artistas que ficaram famosos pelos trabalhos em diversos gêneros musicais. Além de Porter, estão entre eles George Gershwing, Dinah Washington, Billie Holiday, Ella Fitzgerald, João Donato e Tom Jobim.
Neste sábado (7), penúltimo dia do evento, a Orquestra Sinfônica do XXVII Festival Internacional de Música do Pará, que reunirá o melhor desta edição, se apresenta no Theatro do Paz, às 20h30. O concerto terá regência de Jacob Slagter e a participação do pianista paraense de carreira internacional Paulo José Campos de Melo, também superintendente da Fundação Carlos Gomes, que promove o evento. A entrada é franca e a distribuição dos ingressos ocorre a partir das 9h30, na bilheteria do teatro.
Tags
carlos gomes cultura
Relacionadas
-
Cultura
Festival Pan-Amazônico de Cinema vai debater gênero, meio ambiente e movimentos sociais
Após sete anos de pausa desde sua última edição, realizada em 2012, o Festival Pan-Amazônico de Cinema 2019 (Amazônia DOC), terá sua 5ª edição a partir da quinta-feira (30), com programação até 7 de j... -
Remição de pena
'Leitura que Liberta' completa um ano no Centro de Recuperação do Coqueiro
-
Tradições
Semana de Museus no Pará evidencia o universo simbólico e cultural dos rios
-
Concerto
Amazônia Jazz Band faz apresentação especial no Teatro Da Paz
-
Coliseu das Artes
Espaço São José Liberto recebe projeto de dança de salão
-
Reconhecimento
Seaster encerra Semana do Artesão com serviços de cidadania
-
Dia do Artesão
Estado apoia projeto de lei que beneficia o artesanato paraense
-
Cultura e liberdade
Secult leva arte a vários espaços para celebrar a luta da mulher
Março chegou, e com ele as programações alusivas ao Dia Internacional da Mulher – 8 de Março. A fim de fortalecer o movimento de mulheres, principalmente no âmbito do empreendedorismo, o Governo do Pa... -
'Reinsere'
Campanha de arrecadação de livros incentiva a educação no cárcere
-
Cultura
Exposição sobre Saramago segue em cartaz até o dia 17 de fevereiro, em Belém