Saúde

Campanha de doação da Copa ainda não alcançou a meta estabelecida

"A doação de sangue é importante. Você não encontra bolsas de sangue no supermercado, farmácias, feiras. Eu sou doadora e incentivo outras pessoas. Hoje estou ajudando, mas, amanhã, eu posso precisar de uma doação. Vim doar e trouxe amigos meus para doar junto comigo". A declaração é da operadora de caixa Keyla de Nazaré Lisboa da Costa, 23 anos, que foi uma das 1.053 pessoas que já contribuíram com a campanha de incentivo à doação de sangue da Copa do Mundo 2014, que a Fundação Hemopa está realizando desde o dia 7, e que, em três dias, coletou 841 bolsas de sangue. A ação prossegue até o próximo sábado, 14, quando o mundo inteiro comemora o Dia do Doador de Sangue.

Apesar do voluntariado que vem comparecendo à sede do hemocentro, em Belém, e do apoio de instituições parceiras para elevar o número de coletas, o banco de sangue ainda não conseguiu atingir a meta de 300 doações/dia. Além da missão de abastecer todos os hospitais paraenses, o Hemopa tem que garantir suporte técnico em eventual necessidade do Hemocentro do Amazonas, cuja capital vai sediar jogos do mundial.

Segundo a gerente de Captação de Doadores, Juciara Farias, este ano, a hemorrede brasileira enfrenta uma dificuldade atípica, com p período festivo das festas juninas e a Copa, além das férias escolares de julho, o que inevitavelmente provoca a evasão de candidatos à doação. “A Fundação Hemopa não tem medido esforços para manter o estoque de sangue com sucessivas campanhas para estimular esse ato de generosidade na população. Mas, a doação de sangue, o ato de estender o braço, é de responsabilidade de todos. Dependemos 100% das pessoas, dos familiares, dos amigos, do comprometimento do corpo clínico da rede hospitalar e da sociedade em geral”, observou a profissional.

Sensibilizada com o apelo da campanha da copa, a jornalista Bianca Teixeira, 25, doou sangue pela quarta vez. Do tipo sanguíneo O Positivo, a moradora do bairro Umarizal, em Belém, também faz parte do cadastro de doadores de medula óssea. Ela disse que apesar do medo que sente de agulha sempre teve vontade de doar. “Estava na faculdade e o Hemopa realizou uma campanha externa. Vi a unidade móvel, venci o medo e fiz minha primeira doação”. Bianca considera campanhas como essa muito importante, pois tem muitas pessoas que precisam. “De repente eu posso precisar de sangue e espero contar coma ajuda das pessoas. Que venham doar, não dói nada e não faz o sangue acabar”, apelou a jovem.

A campanha segue até este sábado, 14, de 7h30 às 17h.  Com ambiente totalmente no clima da Copa do Mundo, os doadores do período estão sendo brindados com camisetas personalizadas da Copa, doadas por instituições parceiras. Após a coleta, o doador poderá desfrutar de lanche à base de comidas típicas, como vatapá, mingau de milho, bolo de macaxeira e suco. “O mais importante disso tudo é a sensação de saber que vai salvar vidas com um simples gesto”, comentou Juciara Farias, sugerindo a companhia de um parente ou amigo na hora da doação.

Mobilização - Motivado pelo estado crítico de um parente, de apenas 8 anos, que precisa de transfusão de sangue do tipo AB Positivo, devido a um quadro leucemia, o sargento do Exército Cleber Monteiro de Oliveira, 41 anos, vem mobilizando amigos e colegas de trabalho para doar sangue e fazer cadastro de medula óssea. Ele e um grupo de onze militares do Parque de Manutenção do Exército estiveram na tarde desta quarta-feira (11) na sede da Fundação Centro de Hemoterapia e Hematologia do Pará (Hemopa).

“Passei a me informar sobre a doença e o que era possível fazer para ajudar. Desde então converso com membros da corporação e organizo os grupos para a doação. Inicialmente para o filho do meu primo, mas também é uma forma de ajudar outras pessoas”, disse o militar, cujo tipo sanguíneo é O Positivo. Doador há mais de dez anos, Cleber Oliveira informou ainda que durante a semana pretende continuar a trazer e acompanhar grupos menores de voluntários do Exército e de nadadores da Tuna Luso-Brasileira.

Atendendo ao apelo do colega de trabalho, o 3° sargento Ítalo Héber Silva Rufino, 36, também fez doação de sangue e cadastro de medula óssea. Do tipo sanguíneo AB Positivo, o militar natural de Fortaleza (CE) já fez mais de dez doações. “Considero a iniciativa válida e necessária. As pessoas deveriam se conscientizar e ajudar mais, já que todos somos vulneráveis. Procuro fazer a minha parte e doar com certa frequência”, assegurou.

A atitude do militar é apoiada pela assistente social da Gerência de Captação de Doadores do Hemopa, Lilian Bouth. “É sempre muito importante contar com a parceria de familiares de pacientes que precisam de transfusão de sangue. Se cada um puder sensibilizar um amigo, um colega de trabalho, o número de voluntários aumenta, e consequentemente, aumenta também a consciência e o número de doações. Agradecemos a iniciativa”, disse.

Quem pode doar sangue: Qualquer pessoa com boa saúde; idade entre 16 anos completos e 69 anos. Menores de 18 anos somente com autorização dos pais ou responsáveis. Peso acima de 50 kg. Necessário portar documento de identidade original e com foto. Não precisa estar em jejum. O homem pode doar a cada dois meses e a mulher a cada três meses. O doador deve estar bem alimentado. 

Para cadastro de doadores de medula óssea: estar bem de saúde, ter entre 18 e 55 anos e portar documento de identidade original e com foto.

Serviço:
A sede do Hemopa funciona na Travessa Padre Eutíquio, 2.109. Alô Hemopa: 08002808118.


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