Encontro debate práticas de humanização no SUS

Cerca de 85 Profissionais de saúde e de educação pública concluíram nesta quarta-feira, 11, a participação no II Encontro Paraense de Humanização, Formação e Práticas de Saúde, que teve como tema “Avanços e Desafios da Humanização no Cenário de Saúde”. A programação se estendeu por dois dias no auditório Jean Bitar, do campus da Universidade do Estado do Pará (Uepa), no bairro do Marco, em Belém.

Promovido por uma ação conjunta entre o Grupo de Estudos e Pesquisas Interdisciplinares em Formação e Práticas em Saúde da Uepa, a Coordenação Estadual de Humanização da Sespa e a Coordenação Nacional da Política Nacional de Humanização (PNH) do Ministério da Saúde, o Encontro possibilitou o compartilhamento de reflexões e experiências sobre os 10 anos de existências da PNH e seu papel na consolidação e aperfeiçoamento contínuo do SUS.

Lançada em 2003, a PNH busca colocar em prática os princípios do Sistema Único de Saúde (SUS) no cotidiano dos serviços de saúde, produzindo mudanças nos modos de gerir e cuidar. Como estratégia da política nacional transversal, que busca qualificar o modo de atenção e gestão na rede do SUS, incluindo trabalhadores, usuários e gestores, a discussão ao longo do tempo vem interferindo de forma positiva na gestão e na postura dos trabalhadores de saúde – algo que já vem acontecendo na residência multiprofissional e também com alunos dos cursos de Psicologia das universidades públicas.

Essa mudança ficou evidente no primeiro momento do Encontro, em que os desdobramentos da PNH na região Norte, seu papel na Atenção Básica e nos demais níveis de atendimento no seguimento público foram debatidos, no sentido de lançar luz para questões mais complexas.

Uma delas se refere à chamada medicalização da vida, tratada no segundo dia do Encontro pela conferencista Maria Lúcia Chaves Lima, doutora em Psicologia Social e atualmente professora do Programa de Pós Graduação em Psicologia da Universidade Federal do Pará, onde coordena o grupo de estudos “Inquietações: Arte, Saúde e Educação”.

Baseada em uma campanha lançada há cerca de dois anos pelo Conselho Federal de Psicologia (CFP), que reacendeu as discussões sobre o excesso de diagnóstico de hiperatividade em crianças e adolescentes e o uso indiscriminado de remédios, sobretudo na campo psquiátrico, Maria Lúcia expôs a preocupação com a crescente “medicalização” da vida, que leva as pessoas a procurarem um médico para qualquer problema aparente, sem levar em conta que podem existir soluções paliativas, como o diálogo.

Além de Maria Lúcia, foram realizadas mesas redondas dedicadas ao debate sobre a integridade em saúde, como um desafio à formação de novos profissionais para o SUS e à importância dos movimentos coletivos na consolidação da humanização como política pública.

O encerramento do encontro foi marcado por apresentações orais, pontuadas pela pesquisa e formação em Humanização. Quem tiver interesse em aprofundar questões tratadas pelo Grupo de Estudos e Pesquisas Interdisciplinares em Formação e Práticas em Saúde da Uepa pode entrar em contato com o número (91) 4009-9542. Já a Coordenação Estadual de Humanização está à disposição pelo fone (91) 4006-4282.


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