Economia

Saldo do Pará equilibra balança comercial brasileira, diz titular da Seicom

A titular da Secretaria de Estado de Indústria, Comércio e Mineração (Seicom), Maria Amélia Enríquez, abriu o I Seminário de Desenvolvimento Econômico Regional de Marabá, que ocorreu na última quarta-feira (2), com o tema “O BNDES e suas formas de atuação para micro, pequenas e médias empresas e gestão pública”, com a presença do secretário executivo do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, Luiz Antônio Elias.

Na ocasião, a secretária afirmou que as políticas federais precisam do Estado para alcançar os objetivos de promover o desenvolvimento regional, rompendo com a desigualdade e a pobreza nos territórios menos privilegiados. “Os problemas estão no município, onde a vida cotidiana ocorre. No entanto, os prefeitos não têm a visão de contexto regional, enquanto o governo federal vive muito distante da nossa realidade. O governo do Estado pode e deve servir de ponte para essas políticas públicas”, afirmou.

A titular da Seicom fez uma apresentação técnica que contextualizou a dinâmica do Pará em relação ao Brasil. Ela mostrou, por exemplo, como o saldo da balança comercial paraense – o segundo maior do país, segundo dados do Ministério do Desenvolvimento da Indústria e Comércio Exterior de 2013 – cobre o “rombo” de Estados ricos como São Paulo, que exporta muito, mas importa muito mais, deixando um saldo negativo internamente. O resultado acaba sendo coberto pelo grande volume de exportações desoneradas do Pará.

“Dessa forma, na origem, temos um grave problema, que é o gargalo do nosso desenvolvimento. Não importa qual governo assuma, enquanto não revermos essa lógica federativa perversa, esse será sempre um problema para o Pará, que tem de trabalhar no limite na falta de recursos”, disse Maria Amélia.

O prefeito de Marabá, João Salame, também questionou o secretário do BNDES sobre a falta de investimentos nos municípios brasileiros de modo geral e o excesso de burocracia na liberação de recursos. “Se eu fosse gerente de banco, adoraria ter prefeituras como clientes, pois é muito fácil ‘sequestrar’ os recursos do Fundo de Participação dos Municípios na conta do órgão público. Não há risco para o banco”, afirmou.

Luiz Elias disse que o BNDES está trabalhando para ampliar a concessão de crédito para prefeituras. Ele afirmou, porém, que nem sempre os projetos são bons e viáveis, e que o banco está se aproximando dos municípios para construir um caminho de acesso. Um exemplo dessa ação, segundo ele, é o seminário que ocorreu em Marabá, promovido pela Secretaria Municipal de Mineração, Indústria, Comércio, Ciência e Tecnologia (Sicom).

O secretário executivo do BNDES disse ainda que o banco trabalha muito firmemente com os micro e pequenos empresários, o que, segundo ele, ajuda a desenvolver os municípios e as regiões menos favorecidas. “Posso afirmar que 63% dos desembolsos do banco hoje são para as micro e pequenas empresas”, informou. O BNDES também levou a Marabá o gerente de relacionamento Victor Burns, que proferiu palestra sobre os serviços e o modo de relacionamento do banco.

O evento teve como público-alvo gestores municipais da região e empresários. Uma rodada de negócios e consultas aos executivos do banco encerraram o encontro. Além disso, os gestores e executivos articularam ações que podem melhorar a participação dos municípios, com apoio do Estado, nos financiamentos do BNDES.


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