Justiça

Defensoria Pública realiza casamento de condenado a 123 anos de prisão

A Defensoria Pública do Estado do Pará realiza nesta segunda-feira, 7, o casamento civil de Jacob Soriano dos Santos Filho, 29 anos, condenado a 123 anos de prisão, com a comerciante Tatiana Cavalcante Leal, 41 anos. O casal alimenta o sonho do matrimônio e muito mais que a noiva, o noivo está cheio de ansiedade. “Ele só fala nisso”, disse Tatiana, que às vésperas da oficialização da relação ainda não tinha alianças e nem sabia o que iria vestir.

O casamento será realizado às 16 horas. A cerimônia civil será simples, com todo o aparato de segurança da Superintendência do Sistema Penal do Estado (Susipe), que conduzirá o noivo até o Cartório Guedes Oliveira, de Registro do 2º Ofício de Belém, no bairro do Telégrafo.

O casal foi um dos beneficiados com a isenção total de taxas e custas durante o período de inscrições do casamento comunitário, realizado em comemoração ao Dia do Defensor Público, comemorado em 17 de maio. Como Jacob cumpre pena em regime fechado, a oficialização da relação com Tatiana não foi feita na grande cerimônia que uniu mais de 105 casais na Ação Cidadã, no Centur.

Jacob cumpre pena no Presídio Metropolitano I (PEM I) desde 2007 e mantém relação de união estável com Tatiana. Ele foi julgado como culpado e condenado por homicídio ao participar de uma chacina no bairro da Terra Firme, em Belém, há sete anos. A comerciante já conhecia o companheiro antes do envolvimento dele com o mundo do crime. Ela encontrou a mãe de Jacob em uma igreja evangélica e, ao saber da situação, escreveu uma carta que foi entregue pela futura sogra. Desde então começaram a se corresponder e estreitar o relacionamento.

Após a condenação, Tatiana resolveu manter a comunicação através de cartas, que foram prontamente respondidas por ele. Sobre o casamento, ela esclarece que como evangélica está resolvendo a situação do casal perante a igreja. Lamenta, apenas, que Jacob vai viver o grande momento da vida do casal de algemas, uma vez que a Susipe não liberará o detento do uso da ferramenta. Jacob trabalha e estuda no PEM I e tem bom comportamento.


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