Abastecimento



Foto: Sidney Oliveira/Ag. Pará
Importante polo de agronegócio atacadista da região Norte, as Centrais de Abastecimento do Pará (Ceasa) têm se tornado, ao longo de 39 anos de existência, referência no abastecimento de hortifrutigranjeiros. O entreposto é responsável por oferecer caminhos de escoamento da produção rural, gerar renda para os agricultores e estimular o abastecimento alimentar de todo o Estado. Segundo dados do relatório de atividades de 2013 da Ceasa, a central recebeu da agricultura do Estado cerca de 66 milhões de quilos de alimentos, como frutas e hortaliças, a maior parte oriunda da agricultura familiar, o que representa mais de 23% da oferta total da Ceasa. Em valores nominais, o mercado foi responsável por movimentar, aproximadamente, R$ 582 milhões em todo o Pará.
Para o presidente da Ceasa, Carlos Augusto Barbosa, essa consolidação no mercado é resultado das constantes melhorias e investimentos na infraestrutura da central, permitindo espaços adequados para a centralização dos produtos alimentícios, o escoamento de toda a produção e, sobretudo, o abastecimento diário dos alimentos na mesa dos consumidores.
“Por atuar como o principal entreposto atacadista do Estado, a Ceasa deve fundamentalmente oferecer condições necessárias para o escoamento da produção que vem do interior do Estado. Ao praticarem o comércio com os atacadistas, os produtores trazem inúmeros benefícios para todo o Estado, como a geração de renda e o estímulo da produção, evitando assim o êxodo rural”, destaca.
Melhorias – Segundo Carlos Barbosa, ao longo dos últimos meses, parte dos investimentos feitos na Ceasa foi concentrada, especialmente, na revitalização dos espaços comerciais, que correspondem às áreas do Mercado Central, Mercado Livre do Produtor e a área da melancia, que ganharam cara nova. As principais dificuldades encontradas na central estavam relacionadas ao sistema hidráulico, que culminou na perfuração de um poço artesiano e na aquisição de nova caixa d’água, de 40 mil litros, para atender o abastecimento da água e as necessidades de limpeza no mercado.
O Mercado Livre do Produtor, espaço destinado para escoar de forma direta a produção de agricultores rurais, ganhou nova iluminação, reforma em toda a cobertura do espaço, pintura e demarcação do piso, o que garantiu maior apoio ao escoamento da produção e o fortalecimento da participação da “agricultura familiar” do Estado. Outro espaço que também recebeu melhorias foi a chamada área da melancia, que recebeu 20 novas tendas padronizadas, em substituição às antigas que funcionavam em estado precário de estruturação, gerando mais organização e melhorias tanto para os produtores, como para os consumidores.
Valorização – O presidente da Ceasa destaca ainda foi lançada, no início deste ano, uma campanha de conscientização denominada “Ceasa Limpa”, em razão de a central lidar diretamente com o acúmulo de dejetos orgânicos. ”A ação envolveu permissionários e funcionários do órgão e proporcionou maior limpeza na central e maior aproximação da população que andava afastada do mercado por conta do constante acúmulo de lixo no local. Além desse trabalho, existem hoje equipes de varrição noturna e diurna para manter a limpeza da Ceasa, assim como vigilância móvel 24 horas, garantindo segurança em todo o complexo”, frisa.
Outra preocupação da administração está voltada à valorização do profissional, com cursos de capacitação técnica. O último foi ministrado em fevereiro deste ano e abordou o manuseio e técnicas de comercialização agrícola. As aulas ficaram a cargo do especialista e consultor em abastecimento alimentar Carlos Melo. Participaram do treinamento os fiscais que atuam diretamente no mercado e na portaria, além de técnicos da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Pará (Emater). A atividade teve a parceria da Emater, Sistema Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) e Ceasa.
“Essas ações de valorização do servidor são caminhos para se conseguir o aperfeiçoamento do trabalhador e, consequentemente, melhorias para todos os setores da Ceasa”, destaca o presidente da central, acrescentando que, no último ano, outro importante passo foi dado para a valorização do profissional – o reajuste salarial. Além disso, o governo destinou R$ 1 milhão em investimentos para melhorias na Ceasa, que vão beneficiar tanto o mercado quanto a população e os trabalhadores.
Frutas da estação são opção neste verão
A estação mais quente do ano é também o período de safra de muitas frutas e hortaliças. Para quem quer aproveitar o verão com saúde, é importante ficar atento aos produtos que oferecem frescor e saúde a preços mais baixos nesta época do ano. Na Centrais de Abastecimento do Pará (Ceasa), o abacaxi está na lista dos cinco produtos mais comercializados no entreposto nos meses mais quentes do ano. A média de comercialização da fruta em junho foi de 429 toneladas, com tendência a aumentar no mês de julho.
Em maio, a caixa com 20 quilos de abacaxi chegou a ser vendida a R$ 40,63. No mês de junho, a mesma quantidade do produto foi comercializada a R$ 38,28, com queda de 5,78%. Em seguida, entre os produtos mais procurados aparecem a acerola, com 68 toneladas vendidas, seguida da melancia, com 1.163 toneladas comercializadas, o mamão havaí, com 564 toneladas e, por último, o maracujá, com 488 toneladas vendidas em junho. O período também é favorável para a oferta do abacate, coco verde, goiaba, maça, manga, maracujá, morango, tangerina e uva, frutas que podem ser encontradas a preços mais em conta na Ceasa.
A nutricionista Gabriela Magalhães aponta o verão como a época mais indicada para o consumo de frutas, destacando o valor nutricional dos alimentos, ricos em propriedades hidratantes. “O abacaxi é muito usado no verão porque, além de ter alta concentração de vitamina C e fibras, também é diurético. É uma fruta muito usada por quem busca aumentar a resistência e não quer engordar, além de ser totalmente aproveitável, já que se pode consumir tanto a fruta como a casca, que pode ser usada em sucos, chás e licores”, observa.
Nutrientes – A acerola, por exemplo – uma das frutas mais procuradas na Ceasa – oferece, em 40 gramas de massa suculenta, inúmeros benefícios à saúde. “Além de flavonóides, tem vitaminas A, B1 e B6 e também apresenta inúmeros minerais, como fósforo, ferro, potássio, magnésio e cálcio. Uma unidade da fruta tem mais vitamina C que uma laranja, sendo considerada a fruta com o maior teor da vitamina. Mesmo sendo azeda, é uma das frutas que apresentam a maior aceitação de palatabilidade e uma ótima alternativa para quem quer aproveitar os banhos de praia e evitar a gripe”, acrescenta a nutricionista.
Com 90% de composição de água, a melancia é outra saída para a hidratação nesse verão. Segundo Gabriela Magalhães, a fruta é uma excelente opção para saciar a sede, além de ter inúmeros valores nutricionais. “A melancia contém vitaminas do complexo B e sais minerais, que contribuem para o bom funcionamento do organismo, além de conter baixa caloria”, recomenda, reforçando que, com essas dicas, os veranistas podem passar o verão com saúde e ainda se prevenir contra doenças.
Entre as hortaliças folhosas, o produto campeão de venda nos últimos meses na Ceasa foi o repolho, com 931 toneladas comercializadas. Logo após, aparecem o coentro (65 toneladas), alface (31 toneladas), jambu (20 toneladas) e acelga (16 toneladas). Na relação das hortaliças, a maior procura foi pelo chuchu, que bateu a casa das 297 toneladas vendidas, seguida do maxixe (53 toneladas), quiabo (20 toneladas), feijão verde (19 toneladas) e milho verde (12 toneladas).