Pesquisa


Foto: Sidney Oliveira/Ag. Pará
Serão encerradas nesta quarta-feira, 30, as escavações no sítio do Engenho do Murutucu, realizadas pelo Projeto Sítio-Escola Engenho do Murutucu: uma Arqueologia dos Subalternos. A pesquisa, iniciada no dia 7, faz parte do Programa de Pós-Graduação em Antropologia (PPGA), do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas (IFCH) da Universidade Federal do Pará (UFPA) e tem coordenação geral do professor doutor Diogo Costa e coordenação de campo do mestrando Iberê Martins.
De acordo com Diogo, o objetivo das escavações foi “tornar possível o estudo dos espaços e vestígios da vivência dos diferentes grupos que compunham o cotidiano do Engenho do Murutucu. Para isso, foram realizadas pesquisas arqueológico-históricas nos locais de moradia e trabalho, assim como o estudo dos remanescentes da cultura material relacionados, direta ou indiretamente, a esses diversos grupos”, explicou.
Diogo conta que durante a pesquisa, que foi aberta à visitação, foram realizadas inúmeras escavações, como forma de conhecer a história do Engenho, bem como as ações do projeto sítio-escola. No roteiro, os visitantes puderam conhecer parte das ruínas da Capela de Nossa Senhora da Conceição, até as áreas escavadas, terminando na mostra dos objetos já encontrados.
Para a estudante de Museologia da UFPA, Luciana Azulai, a experiência do projeto superou suas expectativas. “Principalmente pelos achados, também como pelo aprofundamento histórico do Engenho, o que enriqueceu a minha pesquisa e me incentivou a avançar nos projetos extracurriculares”, destacou.
Amanda Viveiros, coordenadora das visitações, conta que durante a pesquisa foram encontradas fundações de uma estrutura edificada, e que ainda não foi totalmente identificada, mas que pode se tratar da estrutura retratada em uma fotografia de 1960, do fotógrafo italiano Felipe Fidanza. “Nosso objetivo é fazer o reconhecimento da estrutura e a função do espaço”, contou.
Ainda de acordo com a estudante, durante as escavações foram encontrados diversos tipos de fragmentos de louças, vidros, metais, cerâmicas e pedaços de roupas, que somam uma rica concentração de materiais arqueológicos. O sítio do Engenho do Murutucu está localizado na Estrada da Ceasa, próximo ao complexo das Centrais de Abastecimento do Pará (Ceasa-Pa), um dos apoiadores do projeto. No último dia das escavações as visitações no local poderão ser feitas a partir das 9h, com encerramentos às 11h.
Na avaliação do presidente do órgão, Carlos Augusto Barbosa, a pesquisa foi enriquecedora. “Sabemos que o Engenho do Murutucu foi um dos mais ricos engenhos de açúcar dos séculos XVIII e XIX da Amazônia. E que nessas terras passaram diversos povos, assim como o arquiteto Antônio Landi, que contribuiu com a edificação da capela e que pode estar enterrado nessa região. Projetos como esse irão proporcionar o resgate de parte da nossa história, que poderá ser contada para as futuras gerações”, avaliou.
O projeto contou com a colaboração de diversas instituições, entre elas, o Programa de Pós Graduação em Antropologia (PPGA) do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas (IFCH) da Universidade Federal do Pará (UFPA; Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG); Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) Amazônia Oriental, Fórum Landi, Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico nacional (Iphan/PA); Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq); Fundação Amazônia Paraense de Amaparo à Pesquisa (Fapespa) e Centrais de Abastecimento do Pará (Ceasa-Pa).