Mostra
Foto: Cristino Martins/Ag. Pará
Pelo menos oito mil pessoas devem passar diariamente pelo Hangar - Convenções e Feiras da Amazônia durante os nove das de realização das Feiras do Artesanato Mundial (FAM) e do Artesanato Paraense (Fesarte), promoção da Secretara de Trabalho, Emprego e Renda (Seter) e parceiros como a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado do Pará (Emater) e Charph Eventos, abertas oficialmente neste sábado (23) e que seguem até o próximo domingo (31).
Este ano as feiras, que trazem como tema "Do tradicional ao contemporâneo: o artesanato está no nosso dia a dia", têm expectativa de vendas superior a R$ 882 mil, a partir da comercialização de mais de 44 mil peças artesanais de 1200 artesãos de 60 municípios, 23 estados brasileiros e 23 países, apoiados pelo Programa do Artesanato Brasileiro (PAB).
Segundo o secretário de Estado de Trabalho, Emprego e Renda, Rodivan Nogueira, nesta terceira edição as Feiras trazem um diferencial, principalmente quando se trata do artesanato paraense. “É notório o crescimento dos nossos artesãos, não apenas na quantidade de produtos, mas principalmente na qualidade das peças. Temos primado por isso”, completa Nogueira.
Charlington Galisa, coordenador da FAM, lembrou que esse ano as feiras dobraram de tamanho, principalmente pelo interesse que demonstraram outros países e outros estados brasileiros. “Certamente que as Feiras no Estado se consolidam como uma das cinco maiores do Brasil”, adianta Galisa.
A engenheira agrônoma Natália Secco e o marido, o chef de cozinha Ronaldo Correa, visitaram as feiras pelo segundo ano consecutivo e saíram com novidades. “Tem muita variedade e o espaço é bem organizado, daqui sempre levamos algumas coisas, especialmente acessórios pessoais”, diz Natália. Os artesãos também poderão participar das Rodadas de Negócios, coordenadas pelo Sebrae, que serão realizadas a partir da próxima terça-feira (26), às 14h no Hangar.
Oportunidades
Cícera Rolin, assessora técnica do Programa do Artesanato Brasileiro da Secretaria da Micro Pequena Empresa da Presidência da República, disse que o objetivo dessa ação é oportunizar mercado para o artesão e divulgar a cultura de cada estado, proporcionando trabalho e renda através do escoamento de sua produção e a oportunidade de interagir com outras culturas. “Essa é uma troca de experiências e na Região Norte é a primeira feira que apoiamos”.
Para Assis Tavares, artesão de Ponta de Pedras, a feira só lhe traz vantagens, além da exposição e divulgação dos seus produtos, o escoamento da mercadoria aumenta. “Aqui temos a oportunidade de expor e vender os nossos produtos que possuem a raiz e a história do nosso município. Sempre participo da feira e trabalho com arte há 38 anos através da cerâmica marajoara”.
“No nosso estado temos uma fonte de riquezas de produção artesanal e a feira é um acorde para o prosseguimento desse trabalho, oferecendo a oportunidade de dar continuidade ao nosso negócio a partir do que a gente expõe aqui”, disse o artesão Levy Cardoso.
“Comparando com a primeira e a segunda, a terceira edição inovou e o nosso objetivo no primeiro dia foi atingido. Apresentamos o artesanato paraense, do Brasil e de outros países ao público que está comparecendo e participando. As apresentações culturais estão arrasando e o público está comprando, o que gera renda aos artesãos. Só neste primeiro dia a feira já mostra que será um sucesso”, disse Glória Pereira, uma das coordenadoras do programa de artesanato da Seter.
A feira continuará ao longo da semana, a partir das 16h, com uma vasta programação com desfiles, danças, degustações e muita música, também haverá palestras e oficinas abertas ao público. Lá, os visitantes encontram a matéria prima, os instrumentos do trabalho artesanal e o produto finalizado, que destacam as tipologias da balata, cerâmica, cuias pintadas, fibras, cheiro do Pará, madeira marchetada, miriti e instrumentos musicais artesanais.
“A nossa expectativa era dobrar o espaço físico da feira, pois a demanda era muito grande. Buscamos essa mudança e recebemos nesta edição um maior número de municípios agregando alguns fatores que possibilitam a melhor comercialização dos produtos. Para um maior lucro da feira nós garantimos a presença de empresários que farão um contato direto com o artesão, são cerca de 15 empresas que irão manter a lucratividade mesmo no pós feira”, disse Ana Luiza Martins, secretária adjunta da Seter.
O secretário Especial do Estado Desenvolvimento e Incentivo a Produção, Davi Leal, também esteve presente na abertura da feira, representando o governador de Estado. “O evento está lindo, muito rico na variedade de artesanato. Isso provoca a vontade de comprar o que é bom para o negócio dos artesãos. O artesanato hoje é um produto de exportação e os artesãos tem crescido com essas comercializações e isso significa que o nosso artesanato é de ótima qualidade. Só temos que dar os parabéns aos artesãos e a Seter pela organização e oportunidade”, disse.
E para garantir o apoio ao artesão paraense, a Seter mantém uma equipe técnica para garantir os serviços de Balcão de Informações, cadastramento de artesão e trabalhador manual paraense e atualização cadastral no Sistema de Informações Cadastrais do Artesanato Brasileiro (Sicab) e expedição da Carteira Nacional do Artesão.
Além da decoração, nesta edição, há a presença dos quilombolas e indígenas, que retratam o seu cotidiano nas diversas comunidades que se fazem presentes em todo o evento, destacando elementos de sua cultura e tradição, assim como produtos de sua economia (artesanato, canto, danças e artes), para que possam ser comercializados ao longo do evento.
* Colaborou: Carla Fischer