Negócios
Foto: Cristino Martins/Ag. Pará
Instalada em um espaço de 8,5 mil metros quadrados do Hangar, a III Feira do Artesanato Paraense comprova a sua vocação e se consolida como uma das principais vitrines para a divulgação da produção regional. O evento, que congrega ainda a Feira do Artesanato Mundial (FAM), reúne a cultura de diversos Estados e países em torno do tema “Do tradicional ao contemporâneo: O artesanato está no dia a dia”, para mostrar, em 70 estandes, a beleza, tradição e funcionalidade desse ofício.
Só nos quatro primeiros dias da programação, 25 mil pessoas visitaram o Centro de Convenções da Amazônia, movimentando R$ 480 mil com a comercialização de 32 mil produtos. No 23, dia de abertura da feira, foram comercializadas 972 peças, somando R$ 13.471,50 em aquisições, e no dia 24 mais 1.082 peças, garantindo aos expositores R$ 13.015,50 em vendas.
Dos 38 municípios paraenses com estandes na feira, Belém foi o que mais arrecadou com as vendas, com um total de R$ 10.976,50, o equivalente a 41,45% do lucro total. A meta da organização do evento, a cargo da Charph Eventos e da Secretaria de Trabalho, Emprego e Renda (Seter), é atingir a marca de R$ 882 mil em vendas até o encerramento da programação, no dia 31.
Nesta terça-feira, 26, representantes de doze estados brasileiros se reúnem para participar da Rodada de Negócios, que trabalha com produtos específicos, conforme a demanda dos lojistas. Entre os pedidos estão peças rústicas voltadas para a ambientação de casas e hotéis, arte plumária, ribeirinha, sacra e indígena, barro, bijuterias de semente, miriti, cesto palha e fibras.
A expectativa de comercialização gira em torno de R$ 350 mil, 20% a mais que no ano passado. Em longo prazo, como consequência das negociações feitas durante a Fesarte, o objetivo é gerar cerca de R$ 1 milhão até dezembro de 2014.
Novidade – Um dos atrativos da edição deste ano é liberação de entrada gratuita ao público no período das 15h às 18h, mas vale lembrar que essa oportunidade só vale até a próxima quinta-feira, 28. Aos visitantes que não conseguirem chegar ao Hangar nesse intervalo é cobrada uma taxa de R$ 6 (com meia para estudantes), revertida diretamente aos artesãos participantes.
A Fesarte já conquistou projeção nacional, conquistando o quarto lugar entre os maiores eventos do gênero no Brasil, atrás apenas de Pernambuco, Minas Gerais e Brasília. O evento conta com a parceria de organismos locais como a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado do Pará (Emater).
São 1.200 artesãos envolvidos nesse mix cultural e apoiados pelo Programa do Artesanato Brasileiro (PAB), 44.100 peças expostas, 38 municípios, 14 estados e 23 países participantes, além de uma expectativa de público estimada em 85 mil pessoas. Os números refletem o cenário promissor que a produção artesanal do Pará vem desenhando com o apoio dos organismos que atuam no fomento ao setor.
"No nosso estado é uma fonte rica de produção artesanal e a feira é um espaço que permite que a gente projete e profissionalize esse trabalho, oferecendo oportunidade de negócios futuros a partir do que a gente expõe aqui”, explica o artesão Levy Cardoso.
Izaias Lopes participa de todas as programações da feira para se qualificar e afirma que é possível viver de artesanato. “Trabalho com isso há 40 anos e sustendo minha esposa e dois filhos, que estão na faculdade e sempre estudaram em escolas particulares, com a renda das peças que crio. Participar da feira garante um impulso para os meus negócios e uma margem maior de lucro”, assegura.
Para Assis Tavares, artesão de Ponta de Pedras, a feira é sinônimo de lucro e vantagens. Além de mostrar o seu trabalho a um público mais amplo e diversificado, as peças, segundo ele, escoam muito mais rápido. “Aqui temos a oportunidade de expor e vender os produtos que trazem em si a raiz e a história do nosso município. Há 38 anos trabalho com a arte marajoara e feira me garante uma ótima projeção", relata.
“Comparada às edições anteriores, essa terceira edição inovou e o nosso objetivo no primeiro dia foi atingido. Apresentamos o artesanato nacional e de outros países ao público, que também já está criando uma relação de fidelidade com a Feira, comparecendo e participando expressivamente. Pelo o que temos visto em termos de lucros gerados aos artesãos e de participação do público a Feira será novamente um grande sucesso”, afirma Glória Pereira, uma das coordenadoras do programa de artesanato da Seter.
“Trabalho com marchetaria e a minha produção segue a linha francesa, que aprendi na Guiana Francesa, onde vivi 35 anos. O resultado é esse trabalho caprichado e detalhado de peças raras e delicadas. É a terceira vez que participo e o lucro sempre é alto”, explica Antônio Monteiro, artesão há 16 anos.
A feira continua ao longo da semana, sempre a partir das 15h, com uma vasta programação incluindo desfiles, degustações, apresentações de dança e música, palestras e oficinas abertas ao público.
Balcão de Informações – E para garantir o apoio ao artesão paraense, a Seter mantém uma equipe técnica no Hangar que estará a cargo do Balcão de Informações, onde são ofertados serviços como cadastramento do artesão e trabalhador manual paraense, atualização cadastral no Sistema de Informações Cadastrais do Artesanato Brasileiro (SICAB) e expedição da Carteira Nacional do Artesão.
Serviço: A Feira do Artesanato Paraense prossegue até o dia 31 de agosto, das 15h às 22h, no Hangar Convenções e Feiras da Amazônia.