Cultura
Foto: ASCOM EMATER
“É muito legal ver nosso trabalho sendo reconhecido”, disse o artesão Everaldo Munduruku. Os indígenas atendidos pela Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado do Pará (Emater) foram convidados, nesta quarta-feira (27), para participarem da Feira do Artesanato da Praça da República no próximo domingo. Lá os visitantes poderão conhecer as peças feitas em cerâmica, biojoias e ter o corpo pintado com desenhos característicos da tribo. Mas até no próprio domingo, quem visitar a Feira do Artesanato Mundial e a Feira Estadual do Artesanato Paraense, no Hangar, em Belém, poderá acompanhar esse trabalho vindo dos municípios de Jacareacanga, Itaituba e Trairão.
O convite para expor na Praça da República surgiu do interesse da presidente da Associação dos Artesãos e Expositores do Pará – Amazônia, Nilza Alcântara. Segundo ela, é preciso disseminar mais a cultura indígena dentro do Estado e fora dele. “Expomos em Feiras pelo Brasil, levar esse trabalho vai ser de grande valia para todos. Agregamos valor ao nosso trabalho e à produção deles. Com essa parceria, elevamos a cultura indígena paraense a um cenário nacional”, disse.
Segundo Delival Batista, técnico da Emater de Jacareacanga, essa oportunidade de expor em um outro lugar, além da FAM, em uma mesma viagem para a capital, vai permitir que outras pessoas possam conhecer a cultura Munduruku. “Com certeza, na praça, teremos contato com um outro público e a chance de comercializar ainda mais produtos. Parcerias assim fazem nosso trabalho valer a pena”, comentou o técnico.
Quem passou pelo Hangar pode conhecer um pouco mais de diversas culturas, mas também foi o tempo de resgatar antigas paixões. A professora aposentada Maria Palheta, nascida em São Domingos do Capim, nordeste paraense, se viu encantada com o trabalho em cerâmica Mundurucu, trazido pela Emater, para expor na FAM. “Fiquei sabendo dos produtos da Feira pelo jornal, tinha que vir conferir. Sou do interior e isso lembra muito minha terra, minha infância. Sou apaixonada pelos trabalhos com barro, mas gosto dos mais rústicos, mais simples”, afirmou.
Outro trabalho muito procurado no estande da etnia Mundurucu foi a pintura corporal. Um desfile foi realizado, sendo que a atração principal, que abriu e fechou o evento, foi a modelo Raissa Alcântara, candidata ao Miss Pará Intercontinental, representante de Soure, no Marajó, e que desfilou com o corpo adornado com indumentária de festa, feita de palha e penas. Nos braços ela apresentou a pintura de pés de algodão. Já nas pernas os desenhos foram de uma jiboia. "Uma índia perfeita", elogiou Delival Batista.