Economia

Comunidades quilombolas comercializam produtos na Feira do Artesanato

Durante a Feira do Artesanato Mundial (FAM) e a III Feira do Artesanato Paraense (Fesarte), que se encerram neste domingo (31), no Hangar Convenções e Feiras da Amazônia, o público pode conferir o trabalho artesanal produzido em comunidades remanescentes de quilombos, que além de comercializarem seus produtos ainda têm a oportunidade de valorizar as culturas locais.

No estande da comunidade quilombola do Abacatal estão expostos produtos feitos a base de frutas regionais. São bombons de chocolate com cupuaçu, castanha do Pará, taperebá, bacuri e licores de açaí, araçá, cacau, abacaxi, jambú, taperebá, manga, gengibre, ervas finas, mel com canela e chá verde. Os doces e aperitivos resultam do trabalho de qualificação feito pela Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Pará (Emater) junto a um grupo de mulheres da comunidade.

Segundo a artesã Deuzeli da Costa Silva, em dezembro passado, a comercialização dos licores em garrafas decoradas gerou uma renda de R$ 250 para cada artesão, o que repercutiu em um acréscimo de 20% no orçamento familiar. “Participamos do Salão do Chocolate e agora da feira do artesanato para divulgar nosso trabalho. Nossa expectativa é conquistar uma nova clientela”, diz. A associação da comunidade levou para o Hangar 540 produtos, e no penúltimo dia de evento já havia comercializado 80% da produção.

Artesão da comunidade São Sebastião, de Abaetetuba, Aluizio Rodrigues Moraes está vendendo cestas de cipó e artigos domésticos como toalha de mesa, porta papel, pano de prato, capa de botijão em bordado, crochê e pintura. "Até agora comercializamos R$ 1,8 mil em vendas diretas e já conseguimos encomendas", informa.

Do município de Moju, os artesãos da comunidade África e Laranjituba expõem panelas de barro, móveis e artigos de decoração feitos a partir de fibras e em cerâmica. Segundo o artesão Raimundo Magno, o estande já contabilizou R$ 20 mil em vendas diretas, e novos negócios já estão sendo viabilizados. "Sempre participamos das feiras. Para nós, o espaço é uma vitrine do nosso trabalho, já que não temos dinheiro para fazer propaganda. Também é uma forma de estar perto dos clientes e saber o que eles querem em design e textura ", frisa.

A FAM e a Fesarte seguem até este domingo (31), das 15h às 22h, no Hangar. Entrada a R$ 6 (com direito à meia-entrada). Os eventos são promovidos pela Charph Eventos e Secretaria de Estado de Trabalho, Emprego e Renda (Seter) e têm a parceria da Emater.


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