Transporte
Foto: Cristino Martins/Ag. Pará
Dirigentes do Núcleo de Gerenciamento de Transporte Metropolitano (NGTM) estiveram na tarde desta terça-feira (1º) na sede do Ministério Público do Estado apresentando o projeto do Sistema Troncal de ônibus da Região Metropolitana de Belém, o Ação Metrópole, para representantes de órgãos ligados à área de mobilidade urbana. A reunião teve a presença do diretor geral do NGTM, Cesar Meira, e da diretora executiva, Marilena Mácola, além do procurador geral de Justiça do Estado, Marcos Antônio Ferreira das Neves e do secretário municipal de Saneamento e Infraestrutura de Ananindeua, Osmar Nascimento.
“O NGTM vem desenvolvendo o projeto do BRT Metropolitano, o qual já está bastante adiantado e abrange a readequação da infraestrutura da BR-316, bem como a proposta operacional do sistema troncal e alimentador desse corredor. Conta ainda com o projeto do sistema e do centro de controle operacional e o modelo de gestão metropolitano”, disse Marilena Mácola.
“Como temos conhecimento que o Ministério Público vem fazendo gestão junto ao Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte (Dnit) para mitigar os constantes engarrafamentos existes na BR-316, solicitamos esta agenda com a finalidade de mostrar o projeto, que estamos devolvendo ao Ministério Público Estadual e Federal, ao Dnit e à Polícia Rodovia Federal, para que as ações venham culminar e harmonizar com nosso projeto, e juntos façamos o que é melhor para a área de mobilidade urbana da cidade metropolitana”, continuou a diretora executiva do NGTM.
Esses projetos, segundo ela, estarão finalizados em novembro deste ano. “Até meados de 2016 esperamos estar com o BRT Metropolitano funcionando, na BR-316, Almirante Barroso e centro de Belém”, disse a diretora.
Na ocasião, o diretor de planejamento do NGTM, Paulo Ribeiro, apresentou o projeto de mobilidade urbana do governo do Estado para os presentes e falou sobre a infraestrutura do corredor BR-316, o modelo de gestão e o cronograma de elaboração de projetos. “Nós que trabalhamos com política pública de mobilidade urbana temos como grande desafio trazer soluções para o crescimento da frota dos veículos privados que vem ocorrendo nas cidades brasileiras. Nossos estudos revelam, entre outros, que na BR-316 90% dos veículos privados transportam 29% das pessoas, enquanto 71% das pessoas utilizam 10% dos veículos de transporte público. Dessa forma, o espaço das vias ocupado por veículos privados chega a ser cinco vezes maior do que o espaço ocupado pelo transporte público, revelando grande desigualdade na utilização dessa infraestrutura”, detalhou.
Ribeiro informou que hoje o projeto do governo está em fase de levantamento da situação existente, dos instrumentos legais e modelo atual de gestão do Sistema Público de Passageiros do corredor da BR 316, com entrevistas com atores relevantes para diagnóstico da situação atual.
Segundo Paulo Ribeiro, os resultados das pesquisas justificam a implantação desse modelo de projeto para a região metropolitana, pois ele integrará os municípios de Belém, Ananindeua, Marituba, Benevides, Santa Bárbara do Pará e Santa Izabel do Pará, com a implantação do Bus Rapid Transit (BRT) do Entroncamento, na saída da capital, até Marituba, na Grande Belém.
Projeto – O modelo conceitual de implantação do Sistema BRT Metropolitano é operado por ônibus articulados com quatro portas no lado esquerdo, trafegando em canaletas na rodovia BR-316, no trecho do Entroncamento até o município de Marituba. O Projeto Ação Metrópole prevê ainda, a gestão operacional associada dos serviços de transporte público por ônibus, executada por um consórcio formado pelas prefeituras que fazem parte da RMB e o Estado.
São diretrizes do Ação Metrópole: redesenho da via, otimizando o uso do espaço urbano para outros modais de transporte (pedonal, cicloviário e BRT); implantação de faixa exclusiva para BRT associada ao canteiro central – priorização do transporte coletivo; implantação de ciclovia segregada da via e associada ao passeio com desnível para segurança do pedestre; aumento da largura dos passeios conforme necessidade de cada trecho da BR-316; implementação de projeto paisagístico com criação de áreas de sombra para pedestres e ciclistas além de dotar a parte central da avenida de elementos paisagísticos que lhe confiram uma nova identidade; adoção de passarelas para pedestres e ciclistas, facilitando a transposição da rodovia ou acesso às estações do BRT e construção de estações distanciadas de 600 a 800 metros, conforme demanda estudada.
O projeto se enquadra no tipo BRT com canaleta e ultrapassagem nos pontos de parada, prevendo ônibus de 20 metros de comprimento com capacidade para 200 passageiros, ampliando a atual oferta de transporte de onze mil passageiros por hora de pico no sentido para 24 mil passageiros por hora de pico no sentido – reduzindo em 60% o tempo de viagem de Marituba ao Ver-o-Peso.
“Hoje a Região Metropolitana de Belém está sendo planejada de uma forma mais concatenada, tanto pelo governo do Estado, quanto pela municipalidade, pelo Dinit, pela Polícia Rodoviária Federal e pelo próprio Ministério Público. Estamos tentando fazer uma integração dos órgãos nesse projeto para resolver, mitigar os problemas de mobilidade urbana da região metropolitana. Este foi nosso primeiro encontro com este objetivo, e a partir de agora teremos outros encontros, inclusive, com outros protagonistas. Assim, encontraremos o melhor caminho para as questões de mobilidade da cidade”, sintetizou o procurador geral de Justiça, Marcos Antônio Ferreira das Neves.
“Com a união dos órgãos teremos o projeto Ação Metrópole desenvolvido da melhor maneira possível e a população, que é a maior beneficiada, ficará satisfeita com a conclusão do projeto e com as benfeitorias que ele trará diariamente para todos nós”, pontuou o diretor geral do NGTM, Cesar Meira. Também participaram da reunião representantes da Superintendência Executiva de Mobilidade Urbana (Semob), Dnit, Consórcio Troncal, promotores de Justiça e representantes das prefeituras de Belém e Ananindeua.