Saúde
O grande número de cesarianas realizadas no Brasil, mesmo sendo um procedimento indicado quando há risco para a vida de mães e bebês durante o parto, tem preocupado profissionais que defendem o parto humanizado. A intervenção cirúrgica deixou de ser um recurso para salvar vidas, e passou a ser uma prática rotineira nas maternidades. O tema é debatido constantemente nas reuniões mensais do Fórum Perinatal, que via fortalecer a Política de Atenção Obstétrica Integral à Saúde da Mulher e Criança. Para ampliar as discussões, será realizada nesta quinta-feira (18), a partir das 15 h, na sede da Ordem dos Advogados do Brasil – Seção Pará (OAB), uma audiência pública sobre o enfrentamento ao alto índice de cesarianas no Pará.
O evento foi proposto pelo presidente da OAB-PA, Jarbas Vasconcelos, durante reunião realizada em agosto deste ano, na sede da instituição, com o secretário de Estado de Saúde Pública, Helio Franco, representantes da Secretaria Municipal de Saúde de Belém (Sesma) e do Ministério da Saúde. A audiência tem o apoio da Comissão de Direitos Humanos, da Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa), e da Frente Estadual de Combate à Violência Obstétrica.
Com mais de 50% dos partos feitos por cesarianas, o Brasil é o recordista mundial desse procedimento. O índice sobe na rede privada, principalmente em algumas maternidades. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), a taxa de cesariana ideal deve ficar em torno de 15%.
O secretário Helio Franco ressaltou que, no Pará, o cenário não é diferente, principalmente nos partos feitos por intermédio dos planos de saúde. “É preciso deixar claro que a cesariana é importante para salvar a vida da mãe e do bebê, mas em casos extremos, em que se esgotam as chances de um parto natural. É necessário convencer as maternidades e os profissionais para o cuidado com a indicação de cesarianas. Daí a importância de envolver instituições importantes nesse processo, como a OAB”, acrescentou.
Riscos - Helio Franco destacou ainda as complicações que a cesárea pode trazer para a saúde da mãe e do filho. “Há uma série de risco, como infecções e perda do útero por questões hemorrágicas, entre outras complicações de saúde ao longo da vida. Por isso, incentivamos o parto normal”, informou.
A coordenadora estadual de Saúde da Criança, Ana Cristina Guzzo, disse que, de 2005 a 2011, o número de cesarianas no Pará cresceu significativamente. Os registros mostram a queda de partos naturais, que em 2005 somavam 68% dos partos realizados no Estado, e passaram para 54,54% em 2011.
No mesmo período, aumentou o número de cesarianas, passando de 31,11% em 2005, para 45,21% em 2011. Os dados foram atualizados em agosto de 2014.
Serviço: Audiência pública para debater o tema “Altos Índices de Cesariana no Pará: Possibilidades de Enfrentamento”. Dia 18 de setembro – quinta-feira, as 15 h, na sede da OAB-Pará, localizada na Praça Barão do Rio Branco, 93, bairro da Campina.
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