Economia
O Instituto de Desenvolvimento Econômico, Social e Ambiental do Pará (Idesp) divulgou nesta terça-feira (7) os resultados do Índice de Preços ao Consumidor (IPC) da Região Metropolitana de Belém (RMB), relativos a setembro de 2014. De acordo com a pesquisa, que mensura as variações de preços dos bens e serviços que compõem o orçamento das famílias residentes na RMB, com renda entre um e oito salários mínimos, o índice alcançou taxa de 0,99% em setembro deste ano, ficando 0,43% acima do registrado em agosto de 2014, quando alcançou 0,56%.
Em relação aos grupos de despesas que integram a estrutura do IPC, oito apresentaram taxas positivas: Móveis e Equipamentos Domésticos (2,35%), Habitação (2,13%), Vestuário (2,01%), Despesas e Serviços Pessoais (1,59%), Saúde e Cuidados Pessoais (1,29%), Comunicação (0,96%), Alimentação e Bebidas (0,26%) e Educação, Leitura e Papelaria (0,15%). O único grupo que registrou taxa negativa foi Transportes (-0,43%).
A maior taxa ficou com o grupo Móveis e Equipamentos Domésticos, com 2,35%. A variação se deu pela grande procura dos itens mobiliário (2,65%), manutenção de móveis (7,62%), eletrodomésticos (0,66%), equipamentos eletrônicos (4,15%) e manutenção de aparelhos domésticos (16,71%). No grupo Habitação (2,13%), o impacto maior foi do item botijão de gás de cozinha (6,23%) e de materiais de conserto - tinta para casa (7,57%), material hidráulico (5,09%) e ferragens (2,66%).
Círio - A coordenadora do Núcleo de IPC do Idesp, Augusta Pereira, explicou que o comportamento de setembro é semelhante ao observado nos outros anos, no período que antecede o Círio de Nazaré. “É definitivamente o Natal dos paraenses. Então, eles preparam suas casas para esse momento, compram ou mandam consertar os móveis, pintam a casa. É esperado para o mês de setembro esses grupos terem tal variação”, ressaltou.
No grupo Vestuário (2,01%), os itens responsáveis pela alta foram roupas masculinas (2,08%), roupas femininas (2,44%), roupas de crianças (2,55%), acessórios femininos e masculinos (3,16%) e calçados (3,17%).
No caso do grupo Despesas e Serviços Pessoais (1,59%), os itens que mais pressionaram a taxa mensal foram: cabeleireiro (2,84%), manicure e pedicure (3,58%), sapateiro e artigo de recreação (5,79%). Em Saúde e Cuidados Pessoais (1,29%) aumentaram os preços de consultas médicas (2,37%) e do subgrupo higiene pessoal (2,96%).
Em Comunicação (0,96%), o item de maior influência foi o aparelho de telefone celular, que registrou aumento médio de 16,38%. Os demais itens permaneceram constantes. No grupo Alimentação e Bebidas (0,26%), o aumento foi influenciado pelo subgrupo alimentação no domicílio (0,61%) e os itens responsáveis foram as carnes bovinas, que cresceram em média 1,81%, e os bens substitutos das carnes, como peixe (3,67%), frango congelado (2,20%), carnes e peixes industrializados (0,65%), além de leites e derivados (3,45%) e o subgrupo alimentação fora de domicílio (0,98%), que continua crescendo.
Energia - Augusta Pereira disse que o grupo Alimentação e Bebidas está entre os responsáveis pela taxa positiva em setembro. Segundo ela, o subgrupo Alimentação no domicílio apresentou, nos últimos meses, resultados negativos. Entretanto, desta vez a taxa foi positiva, o que já pode ser um reflexo da alta no valor da energia elétrica repassado para os alimentos.
No caso do grupo Educação, Leitura e Papelaria (0,15%), o aumento foi influenciado pelos itens assinatura de periódico (3,50%), outras revistas (1,45%), caderno (1,10%), outros artigos de papelaria (0,95%) e livros não didáticos (1,09%).
O único grupo que teve taxa negativa foi Transportes, com taxa de 0,43%, explicado pela estabilidade nos preços médio do transporte público e as taxas negativas em alguns itens, como automóvel usado (-9,51%), conserto de auto (-1,13%) e lavagem e lubrificação (-12,35%).
No acumulado do ano, o IPC/Idesp alcançou 7,52% e, em relação aos últimos 12 meses (setembro de 2014 a outubro de 2013), a taxa foi de 9,51% ficando -1,76% abaixo do resultado observado no mesmo período anterior (setembro/2013 a outubro/2012), com 11,27%. Durante a pesquisa foram observados preços de mais de 300 produtos, em cerca de 800 estabelecimentos.