Turismo
Foto: Ascom Seicom
A equipe de fortalecimento das atividades econômicas regionais da Secretaria de Estado de Indústria, Comércio e Mineração (Seicom), juntamente com representantes da Prefeitura de Curuçá, da Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Metropolitano (Seidurb), da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) e da Secretaria de Estado de Turismo (Setur), realizaram na sede da Prefeitura de Curuçá, nesta terça-feira (4), o Encontro Pró-Desenvolvimento Regional.
Durante o evento, diversas entidades públicas e privadas apresentaram as ações prioritárias que vêm sendo realizadas na região. Na sequência, o evento contou com um debate multisetorial com foco no desenvolvimento dos quatro municípios ligados ao Consórcio Intermunicipal da Região do Salgado, com destaque para a construção do Porto do Espadarte.
“O objetivo dessa construção é mudar a rota de escoamento da produção mineral do Pará, reduzir os congestionamentos de carretas que a região Centro-Oeste enfrenta para escoar sua produção por São Paulo e Paraná e também cumprir prazos de entrega de mercadoria. Espadarte servirá para promover essa integração logística e de infraestrutura”, ressaltou o coordenador de Mercado da Seicom, Augusto César.
A programação iniciou na segunda-feira (3), com uma visita técnica a sete espaços localizados nas comunidades Membeca, Lauro Sodré, Boa vista, Curuperé e no centro de Curuçá. Já na tarde de terça-feira foram formados grupos de discussões diversificados. Rio Quente, na comunidade Membeca, foi o primeiro local visitado, cujo potencial turístico foi amplamente reconhecido pelo grupo.
No local, o secretário de Integração, Indústria e Comércio de Curuçá, Paulo Coelho, explicou que já há um projeto prévio, desenhado pela equipe da secretaria, que visa a implantação de um parque ecológico. “O objetivo é criar mais um receptivo turístico com o intuito de atender o público diversificado que visita o município”, reiterou.
As unidades produtivas visitadas que precisam de fomento e atração de mercado, segundo avaliação dos técnicos da Seicom, foram a Pingo-D’água, onde se encontra um pequeno criatório de pescado, e a Associação de Aquicultores da Vila Lauro Sodré (Aquavila), que está localizada às margens do Rio Muriá, da reserva extrativista mãe grande, na comunidade Lauro Sodré.
A presidente da Aquavila, Elza Galvão, explica que trabalha mais de cinco horas por dia, às vezes, com a água pela cintura, amarrando e costurando as redes, separando as sujeiras que grudam por causa da maré. “Também temos que classificar e retirar, da placa que é feita com o material das garrafa pet, o que se perdeu”, relata. A Aquavila é composta por nove ostreicultores, a maioria vive exclusivamente da criação de ostras.
Na comunidade de Boa Vista o grupo presenciou o trabalho da Associação dos Meliponicultores de Curuçá (Asmelc) que possui um produto que já está sendo comercializado com o nome Artmel. E para aumentar o seu fluxo de vendas na prévia avaliação dos técnicos da Seicom e Secretaria de Turismo do Estado (Setur) é necessário patentear o produto para agregar valor.
As outras unidades produtivas visitadas foram, na comunidade de Curuperé, uma indústria de polpa, a Poppi Fruta, que está em processo de instalação, e o reservatório de camarão, na Fazenda São Paulo, cujo proprietário é Alfonso Rio, que informou ao grupo a necessidade de expandir a área de criação de pescado. “Atualmente é muito produtivo comercializar o camarão no mercado nacional”, disse ele.
O caso de sucesso que impressionou a todos da equipe técnica foi o espaço ecoturístico no centro de Curuçá, o “Lá no Mangue Ecotur”, que além de ser um receptivo na cidade, abrange e conduz as visitas dos turistas brasileiros e estrangeiros à Ponta da Romana e ainda ministra aulas de educação ambiental à população local, para assim proporcionar o melhor atendimento ao público dentro e fora do mangue.
Charles Cardoso, pescador nativo e proprietário do Lá no Mangue Ecotur, parabenizou o movimento interinstitucional em prol da região do Salgado. “A ideia é fechar essa parceria com todas as entidades presentes para que propaguemos esse trabalho, que é capacitar a comunidade local e assim receber de forma exemplar cada turista aqui em nossa região. E gosto de afirmar que sou um pescador que fui para a faculdade e obtive conhecimento para tratar o ecoturismo com base comunitária, ou seja, fomentar também a venda de todos os produtos regionais”, explicou Cardoso.