Cooperação

Uma visão do cenário paraense, com suas potencialidades, foi apresentada pela secretária de Estado de Indústria, Comércio e Mineração, Maria Amélia Enríquez, (Seicom), à Missão Inversa Pará – Portugal, na quinta-feira (20). Segundo a secretária, o Pará vive um momento em que “o mundo olha para nós e vê as nossas vantagens competitivas e nosso crescimento, principalmente para o agronegócio. Isso abre perspectivas de negócios fantásticas. Essa parceria entre o Pará e Portugal é muito bem vinda, pois dessa forma podemos contar que, através de uma forte relação econômica, nossos parceiros virão somar e colaborar no principal objetivo do Estado, que é combater a pobreza e a desigualdade, gerando emprego e renda para a população”. A comitiva ficará em Belém até este sábado (22).
Na quinta-feira aconteceu a rodada de negócios, envolvendo negociações entre a Secretaria de Estado de Indústria, Comércio e Mineração (Seicom), Federação das Indústrias do Pará (Fiepa), representantes dos governos municipal e estadual, instituições de pesquisa, inovação e tecnologia, além de empreendedores locais e grupos de empreendedores portugueses.
A comitiva contou ainda com as participações de Francisco Ribeiro Telles, embaixador de Portugal no Brasil, e do secretário de Estado dos Assuntos Estrangeiros e da Cooperação de Portugal, Luis Campos Ferreira. Eles participaram do evento no auditório Albano Franco, da Fiepa, com a presença de autoridades do Governo do Pará, da Prefeitura de Belém e das entidades empresariais de indústria, comércio e agricultura, ciência e tecnologia, além de empresários lusos e paraenses.
No evento também foi anunciado o VIII Encontro Belém-Portugal de Negócios, que acontecerá pela primeira vez na capital paraense, em novembro de 2015, com o tema “Negócios com Sustentabilidade”. O resgate das relações comerciais entre os países que compõem a missão também foi debatido. Álvaro do Espírito Santo, secretário adjunto de Turismo do Estado do Pará, frisou que Brasil e Portugal precisam ter a capacidade de trabalhar de forma integrada para construir uma relação comercial forte.
Negócios - Dez empresas participaram da Missão Pará – Portugal. Ao final do dia, quatro já estavam fechando acordos comerciais com empresários paraenses. O embaixador Francisco Ribeiro Telles ressaltou que “o Pará tem uma grande comunidade lusa, e isso é uma grande vantagem. Acredito que o Estado tem grandes condições de estabelecer negócios com nossa gente de Portugal. Costumo dizer que o Brasil está redescobrindo Portugal, agora um país mais moderno. Nós sempre estivemos juntos, e esta missão, que proporciona a presença do Brasil em Portugal e de Portugal no Brasil, irá fazer muita diferença no futuro comercial de ambos”.
Luis Campos Ferreira destacou o novo cenário português, que se utilizou da ciência, tecnologia e inovação na produção como fator fundamental para o desenvolvimento e a saída da crise que ocorreu na Europa. Ele explicou que 44% do PIB (Produto Interno Bruto) de Portugal hoje estão na exportação, e que o país produz bem porque aprendeu a utilizar as ciências que foram adquiridas pelas universidades com as novas tecnologias e, assim, adequá-las à produção e à economia.
Em audiência com o governador Simão Jatene à tarde, no Comando Geral da Polícia Militar, Luis Campos Ferreira afirmou que a vinda ao Pará está trazendo negociações interessantes. “Empresas portuguesas da área de construção de estruturas, de logística, do tratamento de resíduos e de outros setores se reuniram com potenciais parceiros no Estado. Dessas reuniões saíram boas ideias, projetos que podem e têm pernas para andar”, informou. Segundo ele, “são dois países amigos, dois países com histórias muito ricas, que sonham em conjunto construir mais progresso social, riqueza, cultura e emprego”.
Simão Jatene destacou a importância da Missão, em um momento em que o Estado do Pará está preparado para levar adiante a parceria comercial e a geração de novas oportunidades. “Temos o desafio de empreender o que chamo de uma tripla revolução. A primeira, uma revolução pelo conhecimento. A Amazônia e, especialmente, o Pará não exercerão seus papéis se não formos capazes de compreender nosso lugar. A segunda é uma revolução pela produção, e a terceira, por formas de gestão e governança. Nesses três pilares, temos um leque fantástico. Além da fraternidade histórica que nos aproxima, vejo como uma possibilidade de sermos parceiros nessa caminhada desafiadora para nós e, obviamente, aos que se dispuserem, conosco, a empreendê-la”, destacou o governador do Pará.