Educação
“Eu estava um pouco nervoso, mas achei a prova muito interessante. Foi a primeira vez que fiz esse tipo de prova e parece que puxa mais o conhecimento da pessoa. No final, espero alcançar um bom resultado”, disse o adolescente de 19 anos que participou, na tarde de terça-feira (09), do primeiro dia de prova do Exame Nacional de Ensino Médio (Enem) para Pessoas Privadas de Liberdade 2014, nos espaços da Fundação de Atendimento Socioeducativo do Pará (Fasepa). Dos 22 inscritos no processo seletivo, apenas cinco não fizeram a prova.
A falta no primeiro dia não eliminou o candidato, que teve a possibilidade de fazer a prova do segundo dia do exame, nesta quarta-feira (10). Como os internos são inscritos com antecedência, alguns tiveram progressão de medida socioeducativa, e não estão mais em privação de liberdade, e sim nos regimes de Semiliberdade ou Liberdade Assistida. Nesses casos, os candidatos se dirigiram ao espaço socioeducativo.
São seis as Unidades de Atendimento Socioeducativo (Uases) que sediam as provas, distribuídas nos municípios de Ananindeua e Benevides (Região Metropolitana de Belém), e Santarém (no oeste do Estado). A Uase com o maior número de inscritos é o Centro Socioeducativo do Baixo Amazonas (Cseba), com sete candidatos e apenas uma ausência.
Vantagens - A nota do Enem poderá ser usada tanto para o candidato obter o certificado de conclusão do Ensino Médio, quanto para ingressar no Ensino Superior pelo Sistema de Seleção Unificada (Sisu), em instituições publicas de ensino, e ainda em instituições particulares, por meio das bolsas do Programa Universidade para Todos (ProUni), e no técnico pelo Sistema de Seleção Unificada da Educação Profissional e Tecnológica (Sisutec).
A técnica de referência do Eixo Educação Profissional da Fasepa, Dilcilene Rodrigues, destacou a parceria e a dedicação dos professores da Secretaria de Estado de Educação (Seduc), em relação à atenção ao conteúdo programático com simulados, rodas de conversa e orientações. “Esse momento é ímpar na vida desses jovens porque representa a possibilidade de despertarem para o potencial e a capacidade que eles têm para os estudos. Nós estamos confiantes de que alguns consigam alcançar uma boa pontuação, porque sabemos que se esforçaram para isso”, avaliou.
Aos 18 anos, um dos jovens voltou à Uase apenas para fazer a prova, e declarou que, “caso eu me saia bem nessas provas, quero fazer faculdade de Matemática. Eu não tenho dificuldade em aprender a disciplina, porque é mais fácil e a gente tem que pensar rápido e ter raciocínio lógico”, ressaltou ele, que está no regime de Liberdade Assistida.