Parâmetro
O Instituto de desenvolvimento Econômico, Social e Ambiental do Pará (Idesp) apresentou nesta terça-feira, 16, em coletiva à imprensa, um trabalho inédito sobre a estrutura produtiva no estado do Pará. O material traz três indicadores – Tabela de Recursos e Usos (TRU), Matriz de Insumo Produto (MIP) e Matriz de Contabilidade Social (MCS) – que tem como referência o ano de 2009 e se apresentam como instrumentos macroeconômicos que possibilitam a avaliação das contas de operações de bens e serviços, de produção e geração de renda por setor de atividade da economia, e fornecem informações resumidas sobre os fluxos de bens e serviços entre as indústrias e setores econômicos do Estado.
A TRU constitui uma ferramenta de análise econômica e de geração de dados estatísticos, onde os fluxos de bens e serviços entre as atividades de uma região são detalhados em um determinado período de tempo, segundo suas origens e destinos. Entre outros aspectos, há a possibilidade de se calcular o Produto Interno Bruto segundo as óticas da produção, demanda e renda.
O MIP é um instrumento de análise econômica que objetiva avaliar as relações de interdependência entre os diversos setores de atividades econômicas e toma como base a teoria do equilíbrio geral. Sob esse aspecto, mostra como um setor econômico se interliga com outro, seja na condição de demandante ou ofertante de bens e serviços, o que possibilita mensurar o grau de dependência direta ou indireta de um setor pelo outro e vice-versa.
Já a Matriz de Contabilidade Social é uma expansão da MIP e das Contas Nacionais (Regionais), que demonstra o fluxo circular de uma economia de mercado e representa a estrutura econômica vigente em um determinado período de tempo, considerando a sua estrutura social e institucional.
Enquanto a MIP oferece informações detalhadas sobre o relacionamento entre os setores econômicos, o valor adicionado (salários, lucros) pelo processo produtivo, impostos e importações e os demandantes finais (famílias, governos e a exportação), a Matriz de Contabilidade Social vai além das relações de produção intersetorial e incorpora as ações realizadas pelos agentes econômicos detentores dos fatores de produção e que receberam remunerações pela realização de serviços, bem como dos agentes institucionais que absorveram a produção.
O assessor técnico do Idesp, Sérgio Gomes, explica que os indicadores dão a possibilidade de entender as atividades produtivas do Estado e seus encadeamentos. "Eles são a base para estudos setoriais que poderão ser feitos pelas secretarias e instituições de pesquisa, servindo de guia tanto para o Poder Público como para os investidores”. Gomes ressalta que, apesar do ano de referência ser 2009, os resultados são perfeitamente úteis, já que a estrutura desses setores demora muitos anos para sofrer uma alteração. Com esses estudos o sistema de planejamento estadual passa a contar com um conjunto maior de agregados macroeconômicos que possibilitam detalhar as transações realizadas dentro e fora do sistema produtivo vigente na economia paraense, de maneira a melhor orientar a formulação e implantação das políticas públicas necessárias ao desenvolvimento do Estado, considerando um sistema de indicadores macroeconômicos amplo e integrado ao Sistema de Contas Nacionais (SCN).
O trabalho foi viabilizado a partir da assinatura de Termo de Cooperação Técnico-Científica com a Fundação de Apoio à Pesquisa, Extensão e Ensino em Ciências Agrárias (Funpea), da Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA). O professor e agrônomo Antônio Cordeiro, que participou do trabalho, ressalta que os indicadores são instrumentos de planejamento usados nas economias mundiais e as matrizes desenvolvidas para o Brasil não expressam as peculiaridades da Amazônia, por isso foi realizado o trabalho específico para o estado do Pará.
Serviço: O estudo completo estará disponível no site do Idesp (www.idesp.pa.gov.br) até o dia 24 de dezembro.