Economia
O Governo da Noruega anunciou nesta quarta-feira (17) um aporte de US$ 25 milhões, equivalente a mais de R$ 75 milhões, para o Fundo da Força-Tarefa dos Governadores para o Clima e Florestas (GCF), durante encontro anual do grupo, que ocorre esta semana em Barcelona, na Espanha. O recurso terá gestão do GCF e vai apoiar iniciativas e estratégias de produção sustentável nos Estados membros, entre eles o Pará.
"Os recursos da Noruega abrem as portas para o acesso a outros fundos de investimentos, pois reconhece a legitimidade e a importância da agenda proposta pelos governadores, em especial os governadores da Amazônia, que foram destaque nessa reunião anual ao proporem estratégias econômicas para enfrentar as questões climáticas e ambientais", afirma o secretário de Estado para o Programa Municípios Verdes, Justiniano Netto.
Justiniano e o secretário adjunto da Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas), Ronaldo Lima, são delegados do Pará na reunião do GCF. Eles vão apresentar as iniciativas e informações técnicas do Pará durante o encontro anual do grupo. Os recursos da Noruega deverão ser aplicados ano a ano, e o Fundo do GCF pode receber verba de outras fontes, abrindo horizontes para novos investimentos e programas que tenham como meta conciliar preservação do meio ambiente com produção.
Para o governador Simão Jatene, a iniciativa do governo norueguês é fundamental para discutir a questão climática e do desenvolvimento sustentável. “Durante a reunião com governadores e representantes de empresas de vários países foi notável o debate contra o desmatamento, a luta em defesa do desenvolvimento sustentável”, disse Jatene, ao destacar também que é fundamental a consciência e o envolvimento das comunidades locais durante o processo.
“Quando você combate atividades econômicas que são agressivas ao meio ambiente, como a extração ilegal de madeira, certamente cria um vazio nas sociedades locais, pois essas atividades estavam incorporadas no dia a dia e na vida das pessoas. Então é importante que as coisas não se esgotem apenas nesse combate e essas atividades não sejam simplesmente eliminadas, mas, pelo contrário, sejam substituídas por outras atividades menos agressivas, mas que garantam a sobrevivência das pessoas. Só assim vamos enfrentar essa questão climática e fazer do desenvolvimento sustentável não apenas duas palavras, mas algo que está incorporado na vida das pessoas”, completou o governador.
Investimentos – Ainda durante o Encontro Anual da Força-Tarefa de Governadores para o Clima e Florestas (GCF), o governador Simão Jatene aproveitou a presença de investidores internacionais e gestores públicos de vários países para reafirmar que o Estado tem desenvolvido políticas públicas que permitem aumentar a produtividade e, ao mesmo tempo, reduzir os índices de desmatamento.
Jatene também assinou a Declaração de Rio Branco, documento conjunto que defende mais investimentos para que se conquiste a meta de redução em 80% dos índices de desmatamento até 2020. No documento, gestores de 26 Estados e Províncias de sete países indicaram uma condicionante, conforme é enfatizado no texto. “Estamos comprometidos em garantir que uma parcela substancial de qualquer benefício adicional de pagamento por desempenho que chegue até nossas jurisdições seja dedicada às comunidades dependentes da floresta, pequenos produtores e povos indígenas”, aponta o documento do GCF.
Na apresentação durante o encontro do GCF, no auditório do histórico prédio “La Pedrera”, Jatene destacou que a abordagem do mercado para a região precisa passar mais pelo investimento em formas sustentáveis de produção, valorizando as comunidades locais. Segundo o governador, os índices demonstram que o Estado tem cumprido metas e caminhado para garantir a redução do desmatamento e das emissões de gases do efeito estufa. Com isso, o Estado está credenciado a receber mais investimentos de fundos para a preservação, assim como projetos de produção sustentável, indo muito além do que um simples boicote aos produtos que tenham origem na Amazônia.
“Aos investidores, deixo este recado: ao apresentar os resultados já conquistados, temos a certeza de que eles podem ser ainda mais expressivos com a cooperação e os investimentos na própria região, provando na prática que é possível sim produzir preservando e preservar produzindo”, destacou o governador.
Recentemente, o Fórum de Bens de Consumo, organização com cerca 400 empresas filiadas, somando US$ 3 trilhões de receita, anunciou que tem como meta, até 2020, estabelecer cadeias de abastecimento de suas atividades apenas com empresas de regiões que conquistem o desmatamento zero.
Para Jatene, o Programa Municípios Verdes e outras iniciativas, como o ICMS Verde, têm possibilitado um avanço em relação à questão da sustentabilidade no Estado. "O ordenamento ambiental e os mecanismos de controle nos ajudaram até aqui na redução do desmatamento. Porém, esses instrumentos têm um teto. Dificilmente teremos avanços se não implantarmos conjuntamente uma agenda econômica que inaugure um novo modelo de produção nos municípios, com agregação de valor, inovação e sustentabilidade", pontuou.
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