Investimento

Espaço Tecnológico Guamá inaugura espaço voltado ao empreendedorismo

 

O Parque de Ciência e Tecnologia Guamá (PCT Guamá), em Belém, ganhou um novo prédio para solidificação das ações de incremento ao desenvolvimento socioeconômico do Estado, o Espaço Empreendedor. A cerimônia de inauguração, na quarta-feira (07), foi conduzida pelo governador Simão Jatene e o titular da Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Educação Profissional e Tecnológica (Sectet), Alex Fiúza de Mello.

O Espaço Empreendedor representa um investimento de mais de R$ 11 milhões, fruto do Tesouro Estadual através de uma operação de crédito com Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Ele servirá de apoio à instalação de empresas de base tecnológica e startups, junto com o Espaço Inovação, que abriga laboratórios de ponta para pesquisa em diversos segmentos e empresas de base tecnológica mais madura, inaugurado em junho de 2016.

"O Século 21 é sem dúvida o século do conhecimento. Nenhuma nação vai se desenvolver sem avançar no conhecimento. E esse espaço tem exatamente esse princípio. Eles (Espaço Empreendedor e Inovação) se completam e criam um ambiente necessário para a que as pessoas, sobretudo jovens, possam fazer valer suas ideias, criar, inovar e, a partir daí, despertar no seio do próprio setor produtivo, interesse por aquilo que eles estão propondo", avaliou o governador.

A intenção é a de que ao se instalarem no espaço, os empreendedores possam interagir com as instituições de ciência e tecnologia gerando novos produtos e processos, abrindo possibilidades de investimento, com base na sustentabilidade. Com a implantação do novo ambiente de empreendedorismo, o Estado dá mais um passo na política de desenvolvimento socioeconômico, inserida nas ações-base do programa “Pará 2030”, como o apoio à verticalização de cadeias produtivas estratégicas.

"Queremos através do que é produzido nesse espaço melhorar não só o PIB (Produto Interno Bruto), a geração de renda e emprego de qualidade, mas fazer com que o Estado passe desse modelo econômico meramente extrativista para o modelo exportador de produtos beneficiados, semi-elaborados e até industrializados das várias cadeias produtivas estratégicas", explicou o titular da Sectet.

"Não falta matéria-prima, falta conhecimento para transformá-la em produtos inovadores que ganhem pela qualidade e certificação o mercado mundial, gerando oportunidades para os paraenses", acrescentou Alex Fiúza de Mello.

Para o governador Simão Jatene, esse tipo de investimento é fundamental para o incremento de atividades gerando a melhoria das condições de vida da população em todo o Estado.  "A tripla revolução (produção, conhecimento e gestão) é o caminho para reduzir a pobreza e a desigualdade. A Amazônia precisa disso e esse espaço é uma das sementes dessa revolução pelo conhecimento. Estou muito feliz em poder estar contribuindo e ser uma peça nessa engrenagem, pois esse é um espaço construído com muitas mãos", acrescentou.

A implantação do espaço fortalece a infraestrutura de pesquisa relacionada ao estudo da biodiversidade. E entre os empreendedores instalados no espaço que já pensam nessas possibilidades está a Ver-o-Fruto. A startup criada no final de 2017 trabalha com o projeto de produção de carvão ativado, a partir da utilização de resíduos da agroindústria, em especial o caroço de manga, fruto abundante no Estado.

"Trabalhamos com o beneficiamento desse resíduo e agregamos valor. O que antes era lixo transformamos em algo de alta qualidade e que temos como comprovar o efeito. Com o carvão ativado nós fizemos um filtro. Testamos com a água da baía do Guajará e ele foi muito eficiente, eliminando coliformes totais e bactérias. Também estamos iniciando uma linha de sabonetes artesanais produzidos com o carvão ativado da manga, excelente para tirar oleosidade e fazer limpeza da pele", contou a engenheira de produção, Ingrid Teles, 24 anos, que desenvolve o projeto com mais duas pesquisadoras.

Para ela, esse novo ambiente é importante para a troca de conhecimento, experiências e prospecção de novas oportunidades de negócio. "Conseguimos fazer importantes contatos e parcerias para expandirmos o nosso projeto e, investirmos inclusive em outros ramos, porque o carvão ativado é muito abrangente e pode ser utilizado em várias áreas. Crescemos juntos", comemorou a engenheira.

Estrutura

O novo prédio do PCT Guamá possui cerca de 3,5 mil metros quadrados de área interna. Abriga 36 salas que variam de 36 a 100 metros quadrados, para a instalação de pequenos e médios empreendimentos.

O espaço faz parte do Parque Tecnológico Guamá, onde também está o Espaço Inovação, principal prédio do complexo, construído pelo Governo do Pará, por meio da Sectet. O espaço, que recebeu um investimento de cerca de R$ 20 milhões, é composto por seis laboratórios avançados de pesquisa e desenvolvimento, quatro ligados à Universidade Federal do Pará (UFPA) e dois à Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), divididos em quase oito mil metros quadrados.

"O PCT Guamá é o primeiro dessa natureza em toda Amazônia brasileira e está voltado a criar um ambiente com laboratórios de alta qualidade e de suporte científico a empresas que precisam certificar seu produto e, o mesmo tempo, abre espaço para acolher pequenos, médios e grandes empreendedores através de editais públicos realizados ao longo do tempo", detalhou o secretário.

O parque foi construído em uma área de 73 hectares cedida pela UFPA e pela Universidade Federal Rural da Amazônia (Ufra).

Os pesquisadores Luiz Antônio Barreto de Castro, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e Israel Ferfeman, da Universidade de São Paulo (USP) também participaram do evento e, em suas palestras, ressaltaram a condição do Estado neste cenário empreendedor. "O Pará tem uma grande potencialidade na utilização de sua biodiversidade para impulsionar seu desenvolvimento", disse Barreto. "A pesquisa e o conhecimento são investimentos importantes nesse sentido e o Estado só tem a ganhar", complementou Ferfeman.

Investimento - O desenvolvimento do Estado passa por investimentos em Ciência, Tecnologia e Inovação. Neste sentido, a Fundação Amazônia de Amparo a Estudos e Pesquisas (Fapespa) lançou um pacote de editais de fomento e amparo à pesquisa no Estado no montante superior a R$ 15 milhões. Deste montante, R$ 9 milhões para bolsas de iniciação científica, mestrado e doutorado e R$ 6 milhões para interiorização da pesquisa no Pará e editais Inter Pará.

De acordo com o presidente da Fapespa, Eduardo Costa, nos últimos três anos e meio, o Governo do Estado, por meio da Fundação, vem intensificando os investimentos na descentralização da pesquisa. "Nesse período foram investidos R$ 74 milhões em mais de 4.200 bolsas desde iniciação científica até doutor recém-contratado e professor doutor visitante sênior. Esse é o momento de pensarmos que estamos em uma era do conhecimento e ela pressupõe cérebros e investimentos no que podemos aproveitar com biodiversidade nesse Estado tão rico e tão vasto", destacou Eduardo Costa.

No mesmo período, também foram investidos cerca de R$ 42 milhões em projetos ligados ao "Pará 2030", em buscam da verticalização da produção, agregação de valor a internalização da riqueza, da renda e da diversificação da base produtiva.

Ainda durante a cerimônia, o governador Simão Jatene assinou o decreto sobre a concessão de apoio financeiro, na forma de subvenção econômica pelo Estado do Pará, a empresas nacionais, públicas ou privadas, voltadas às atividades de inovação tecnológica.


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