Fernando Coimbra
Um dos meses mais animados do ano é junho. Suas danças, tradições, cores e sabores envolvem o Brasil em festa de ponta a ponta. No Pará são inúmeras as manifestações na capital e no interior. Uma das mais antigas são os “Bois de Máscaras”, do município de São Caetano de Odivelas. O plenário da Assembleia Legislativa do Pará (Alepa) aprovou por unanimidade o Projeto de Lei do deputado Fernando Coimbra, que declara essa manifestação como Patrimônio Cultural Imaterial do Estado do Pará. “É justo esse reconhecimento, pois se trata de uma festa única e que traduz muito bem o conceito de manifestação cultural inclusiva do povo odivelense”, defende o parlamentar.
Na década de 1930, um grupo de pescadores iniciou a manifestação. O povo aprovou a ideia e o boi de máscara, como é chamado em São Caetano, passou a fazer parte do calendário junino. Tempos depois, passou a ser também atração do carnaval odivelense e sua manifestação foi divulgada para vários pontos do Brasil e do exterior. O boi de máscaras de São Caetano é uma manifestação singular, diferente do boi-bumbá tradicional, porque não tem enredo nem personagens teatrais, não tendo um número limitado de brincantes. Sua base gira em torno da música, dança e muita criatividade. Apoiada por históricas bandas de fanfarra, uma coreografia com passos de frevo, cabeções e pierrots, a manifestação é contagiante e não deixa ninguém ficar parado. Os grupos mais famosos do boi de máscaras são: “Tinga”, “Faceiro”, “Búfalo” e “A Vaca Velha”.
O projeto de declaração de patrimônio imaterial cultural do Pará será submetido à deliberação do Poder Executivo, a quem compete a sanção para criação da lei.