Cachoeira do Arari
Depois de passar por Salvaterra e Soure, no Marajó, o governador Helder Barbalho foi até o município de Cachoeira do Arari, onde ocorria, neste domingo (20), a festividade de São Sebastião, considerado como o padroeiro dos vaqueiros do Marajó. No local, o governador visitou, acompanhado pelo prefeito Jaime Barbosa, secretários de Estado e deputados estaduais e federais, o Museu do Marajó, fechado para o público desde dezembro do ano passado por conta de problemas apontados pelo Corpo de Bombeiros. Lá, o chefe do Executivo Estadual assinou um protocolo de intenções com a prefeitura municipal e a presidência do Museu do Marajó, para viabilizar a adequação e recuperação do imóvel que abriga a instituição.
“Estamos aqui hoje estabelecendo uma parceria com o Museu do Marajó e a prefeitura local, para que possamos, juntos, fazer com que esse espaço volte a ser estruturado e, assim, a história, a memória e a cultura marajoara tenham, neste ambiente, a sua preservação e valorização”, ressaltou o governador, acrescentando que já existe a ideia de fazer exposições do acervo do museu em outras regiões do Estado, de maneira itinerante, para que “os próprios paraenses possam cada vez mais conhecer e se orgulhar da cultura marajoara”.
Helder Barbalho informou que o primeiro passo depois da parceria estabelecida será a elaboração de um diagnóstico, por parte de técnicos do Governo do Estado, da real situação do prédio, para além dos problemas já apontados pelo Corpo de Bombeiro. Também será estabelecido de um plano de trabalho que possa cumprir com a recuperação e a devida conservação de tudo o que lá está catalogado. “Essas medidas visam, ainda, estimular e ampliar a visitação, mas, sobretudo, fazer com que o ambiente de conservação dessas peças esteja plenamente adequado”, detalhou.
O prefeito de Soure, Carlos Augusto Lima Gouveia, celebrou a importância de um governo presente. “É uma felicidade muito grande comemorar o aniversário da cidade com a vinda do governador, que com apenas 20 dias de governo, já está visitando o Marajó”, disse ele. Helder já tinha visitado Salvaterra de manhã cedo, depois atravessou de rabeta até o porto de Soure.
A secretária de Estado de Cultura, Ursula Vidal, que integrou a comitiva do governador, destacou a importância da iniciativa do Governo do Estado de buscar a reestruturação do Museu do Marajó. “Estaremos, em breve, devolvendo ao Marajó, ao Estado do Pará e, ao mundo, as ideias inovadoras do padre Giovanni Gallo, o cuidado que ele teve com esse acervo, de valor inestimável. Assinamos o protocolo de intenções para que a Secretaria de Estado de Cultura (Secult) e o Governo do Estado se responsabilizem também pela manutenção do espaço, que precisa de algumas obras emergenciais para ser reaberto logo à visitação pública. Depois disso, vamos apresentar um projeto não só para a recuperação e revitalização, mas talvez até para a ampliação do espaço museal”, pontuou, acrescentando que a Secult e o Governo do Estado serão parceiros da população de Cachoeira de Arari e de toda a cultura local na gestão do órgão.
Ainda no local, o governador Helder Barbalho visitou o túmulo onde estão sepultados os restos mortais do padre Giovanni Gallo, que fundou o Museu do Marajó em 1987, e a casa onde ele viveu por mais de 20 anos, localizada ao lado do espaço museal. “Cachoeira de Arari está em festa com essa visita e o comprometimento do Governo do Estado em nos ajudar a manter o Museu do Marajó. O sonho do padre Giovanni Gallo não pode morrer”, comemorou o presidente do espaço, Eduardo Jorge Portal.
"A nossa preocupação maior é o risco de desabamento, porque Ministério Público e Corpo de Bombeiros recomendaram que tomássemos medidas preventivas, por isso o museu está fechado há um mês para visitas. Como o Estado sempre teve um olhar oposto - inclusive na gestão anterior, nos disseram que não havia condições de ajudar o museu -, lançamos uma campanha na internet para arrecadar recursos e tentar contemplar algumas necessidades de imediato", concluiu Portal.
Cordão do Galo - A Festividade do Glorioso São Sebastião, tombada pelo Iphan como Patrimônio Cultural do Brasil em 2013, representa a pluralidade e ancestralidade da cultura marajoara e reúne milhares de pessoas em uma homenagem de tradição e fé. Este ano, a Secult foi uma das realizadoras do Cordão do Galo, projeto sociocultural do Instituto Arraial do Pavulagem em parceria com a Prefeitura de Cachoeira do Arari e a Irmandade dos Devotos do Glorioso São Sebastião. O cortejo reuniu cerca de 200 crianças e adolescentes que participaram de diversas oficinas.
Sobre o Museu - Concebido pelo padre italiano Giovanni Gallo, e criado de modo informal em 1972, o Museu do Marajó foi aberto ao público em 1984, durante as obras de recuperação e instalação, sendo inaugurado oficialmente em dezembro de 1987. Possui em seu acervo cerca de cinco mil peças de cerâmica, sobretudo fragmentos, como pedaços de vasilhas e pratos, boa parte catalogada no livro "Motivos ornamentais da cerâmica marajoara". Além de salvaguardar esse patrimônio arqueológico, o museu foi criado para tornar-se um pólo de desenvolvimento por meio da cultura, oferecendo à comunidade cursos e oficinas e estimulando o turismo na região.
O Museu do Marajó possui cerca de cinco mil peças arqueológicas e também oferece oficinas de arte e cultura para jovens e crianças, mas todas as atividades estão suspensas, por falta de recursos. Segundo Eduardo, foi fechado à visitação pública em 14 de dezembro do ano passado por recomendação de laudo emitido pelo Corpo de Bombeiros. O documento, assinado pelo 18° Grupamento de Bombeiros, de Salvaterra, atesta a falta, no local, de projeto de combate a incêndios e de dispositivos de controle de pânico, como sinalização e luzes de emergência, o que poderia colocar em risco a vida de funcionários e visitantes caso lá ocorresse algum sinistro.
*Com informações de Márcia Carvalho (Secult)
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