Agricultura familiar
Um convênio entre a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado do Pará (Emater) e a Prefeitura de Melgaço, no Arquipélago do Marajó, começou a ser elaborado na manhã desta sexta-feira (25), no escritório central da Emater em Marituba. A parceria beneficiará cerca de 2 mil e 800 famílias de agricultores, especialmente ribeirinhos.
A parceria firmada visa a garantia da segurança alimentar e a geração trabalho e renda, de modo a combater a pobreza no campo e inserir os agricultores na dinâmica socioeconômica, a partir de lucro real, preservação ambiental e consolidação das organizações sociais.
De acordo com avaliação conjunta das instituições, o município, considerado o pior Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do Brasil, apresenta potencial considerável para hortifruticultura, pesca artesanal e piscicultura.
Pela Emater, participaram a presidente, Cleide Amorim; e o diretor técnico, Rosival Possidônio. Representando Melgaço, estiveram presentes o secretário de meio ambiente do município, Ricardo Fialho; e a assessora parlamentar e representante também da Semma, Marluth Fialho.
Para Cleide Amorim, o resgate de dignidade e cidadania para os agricultores familiares, por meio de projetos consistentes e acompanhamento direto das equipes extensionistas, é uma das premissas de atuação da Emater.
“A agricultura familiar tem um valor inestimável. Os municípios dependem dela, o estado, o Brasil, o mundo. A agricultura familiar alimenta a sociedade e salvaguarda a cultura, a tradição, a herança abstrata da coletividade. Quando se proporcionam condições dignas de trabalho e de vivência às comunidades rurais, o resultado é desenvolvimento sustentável sem precedentes”, contextualiza.
Segundo o secretário de meio ambiente Ricardo Fialho, Melgaço não é uma realidade típica e deve ser entendida em pressupostos diferenciados.
“Nossas vias são os rios. Existem comunidades distantes 8h de lancha da sede do município, 16h de barco. São condições geográficas, sociais, de acesso, de escoamento da produção, muito próprias. As dificuldades atuais não se significam intransponíveis ou irreversíveis. O município está cada vez mais se desenvolvendo, superando as barreiras, e reconhecemos a agricultura familiar como fundamental no processo de revitalização da bases e progresso geral”, diz.
De acordo com a assessora Marluth Fialho, a expectativa é que o estreitamento da parceria com a Emater impulsione sobretudo as cadeias do pescado, com cultivo de tambaqui, tucunaré e camarão regional; também pesca artesanal de jiju, filhote, pescada branca e tucunaré; dos sistemas agroflorestais (safs) na recuperação das áreas degradadas; da horticultura – cheiro-verde, cebolinha etc.; e do extrativismo de açaí.
“O agricultor familiar é uma força de trabalho e um elemento social que sustenta a história passada, presente e futura do município. A Emater representa difusão tecnológica, crédito rural, troca de conhecimentos, tudo o que ajuda a estruturar e evoluir. Uma das nossas metas imediatas, por exemplo, é a realização de Feiras do Produtor, nas quais o produtor possa vender diretamente seus produtos, com vantagem para a comunidade, para o produtor e para o consumidor final”, aponta, Cleide.
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