Justiça

Polícia Civil prende falso policial acusado de integrar grupo de milicianos

A polícia do Pará deu um golpe nas ações de grupos de extermínio com a prisão de Wagner Carvalho, 38 anos, apontado como falso policial e integrante de um grupo de milicianos, envolvido em dezenas de homicídios na Região Metropolitana de Belém e municípios do interior. A prisão foi realizada nesta sexta-feira (8), no bairro da Campina, Distrito de Icoaraci, onde o acusado reside. Com ele foram apreendidos objetos usados em vários crimes, como extorsão e assassinatos. As informações sobre a prisão foram prestadas em entrevista coletiva na Delegacia-Geral de Polícia Civil, em Belém.

Presidida pelo delegado-geral Alberto Teixeira, a coletiva contou com as presenças do diretor de Polícia Especializada, delegado Sérvulo Cabral; diretor da Divisão de Homicídios, delegado Delcio Santos; do titular da Divisão de Crimes Funcionais da Corregedoria da Polícia Civil, delegado João Ricardo Inácio, e do diretor do Núcleo de Inteligência Policial, delegado Samuelson Igaki.

Wagner Carvalho está com dois mandados de prisão decretados pela Justiça, um de prisão preventiva e outro de prisão temporária. Ele foi preso em uma ação conjunta de policiais civis da Divisão de Homicídios, da Divisão de Crimes Funcionais (Decrif), da Delegacia de Repressão a Furtos e Roubos de Veículos Automotores (DRFVA) - com apoio do Grupo de Pronto-Emprego (GPE) -, e da Delegacia de Polícia Fluvial (DPFlu). Além dos mandados de prisão, foram cumpridos mandados de busca e apreensão na casa do indiciado.

Durante as buscas foram encontradas uma pistola Glock calibre 9 milímetros, uma pistola de pressão; mais de 280 munições de mesmo calibre; uma gandola (fardamento militar); coturnos; dois explosivos; capuz balaclava; colete balístico; alongador de pistola; lacres usados para imobilizar vítimas; quatro placas de veículos; luvas pretas; calças; chapéu; boné escuro; facas; uma mochila rajada e botas que eram usadas pelo preso para se passar por policial civil e policial militar, e assim cometer crimes, além de documentos, um deles falso. Com ele foi apreendida também uma caminhonete cor prata, de modelo semelhante aos carros descaracterizados usados pela Polícia Civil. O veículo está em nome da esposa de Wagner.

Grupo criminoso - De acordo com o delegado Délcio Santos, pelo menos seis pessoas são investigadas por envolvimento com o grupo criminoso que age em várias regiões do Estado. As investigações realizadas pela equipe da Divisão de Assuntos Internos (DAI), da Dcrif, levantaram informações sobre a atuação dos milicianos. Em imagens de câmera de segurança é possível ver a atuação dos falsos policiais, que abordam cidadãos e até pessoas envolvidas em atividades ilícitas, para praticar extorsão, exigindo dinheiro sob a ameaça de que as pessoas seriam presas caso não pagassem o valor exigido.

Além dos mandados de prisão, Wagner foi autuado pela posse ilegal de arma de fogo e por falsa identidade, uma vez que com ele foi apreendida uma carteira de identidade falsa.

Conforme o delegado Delcio Santos, as investigações sobre os crimes do grupo continuarão, para prender outros envolvidos e identificar mais vítimas. O delegado Sérvulo Cabral ressaltou que essa prisão representa um golpe nas ações cometidas por grupos responsáveis por execuções.


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