O futuro é agora




Foto: MARIVALDO PASCOAL
Mais de 20 opções de palestras, workshops, debates e treinamentos ocupam a programação desta quinta-feira (16), no Hangar, em Belém, onde é realizada a XIV Feira da Indústria do Pará (Fipa), com público estimado em mais de 7 mil pessoas por dia, e que se encerra somente no próximo sábado (18).
Das 14 às 21h, enquanto os estudos e apresentações ocupam seis diferentes espaços do centro de convenções, os visitantes da Fipa podem percorrer o grande salão de exposições, para ver de perto, em quase 70 estandes, como a chamada quarta revolução industrial começa a mudar o perfil tecnológico de grandes empresas paraenses.
A Indústria 4.0 ainda tem muito terreno para avançar, mas as sementes estão plantadas e já produzem resultados na produção de bens e serviços, no controle e gestão de negócios e na definição de estratégias de investimentos. Além de conhecer as inovações dos expositores, a XIV Fipa é uma oportunidade para capacitação, com uma extensa programação técnica, e um excelente ambiente de network para empreendedores e colaboradores do setor produtivo.
VERTICALIZAÇÃO - Na abertura oficial do evento, no início da noite de quarta-feira (15), ao ser agraciado com a comenda do Mérito Industrial Simão Miguel Bitar, outorgada pela Federação das Indústrias do Pará, o governador Helder Barbalho disse que durante seu mandato pretende ajudar a indústria paraense a vencer o maior dos desafios: a verticalização da produção. Para isso, prometeu desatar os nós de três obras estruturantes há muito tempo esperadas pela população e pelos investidores: a Ferrovia Paraense, o derrocamento do Pedral do Lourenço e a Ferrogrão.
Segundo Helder, o novo ciclo da verticalização começa na prática no próximo dia 23, quando será oficializado o acordo para instalação de uma empresa de aço laminado em Marabá. “Durante muito tempo o Pará serviu como manancial de riquezas, que nos foram tiradas sem a devida contrapartida”, observou Barbalho. “A minha luta é para mudar esse cenário”, prometeu.
MUDANÇAS - A 4ª Revolução Industrial se caracteriza pela convergência do que há de mais moderno na tecnologia aplicada à produção: inteligência artificial, big data, internet das coisas, automação em grande escala, etc. Na prática, essas mudanças vêm sucedendo-se desde a primeira Revolução Industrial, no século XVIII, com o surgimento das máquinas a vapor, intensificaram-se com a segunda Revolução Industrial no final do século XIX, marcada pelo advento da eletricidade e se ampliaram na terceira Revolução Industrial, a partir dos anos 70, com a chegada da informática e a impulsão da eletrônica.
Nos últimos 30 anos, as mudanças que caracterizam a 4ª revolução industrial provocaram grande impacto nas relações de trabalho, nos meios de produção e na própria convivência entre as pessoas. A ponto de hoje uma das maiores empresas de transporte de passageiros urbanos do mundo, a Uber, não dispor sequer um veículo próprio, um dos maiores players do mercado hoteleiro, a Trivago, não dispor de suíte alguma e a bilionária rede de comunicação, o Facebook, não produzir conteúdo.
A página virou e, com ela, muitos impactos positivos e negativos estão previstos, sobretudo no mercado formal de trabalho como conhecemos hoje. Saber onde vai dar esse salto para o futuro é um dos desafios dos mais de 100 empreendedores que participam da Feira da Indústria, neste evento que tem a inovação como protagonista.