Inovação em pauta
O maior mérito da XIV Feira da Indústria do Pará, que se encerrou neste sábado (18), foi muito além da programação abrangente que reuniu em um só evento um amplo leque de abordagens sobre os mais diversos segmentos do setor produtivo paraense. Abordagens profundas ou superficiais, de acordo com a vontade dos quase 30 mil visitantes nos quatro dias de Fipa.
Outro acerto da Federação das Indústrias, do Sebrae e de todas as instituições envolvidas foi a capacidade de provocar inquietação em todas essas pessoas, de um jeito ou de outro. Um sentimento compartilhado pelos empreendedores e por cada cidadão convocado para visitar a exposição acomodada nos cerca de 70 estandes. Também vivido pelos profissionais que buscaram conhecimento na programação técnica, com até 20 oportunidades em seis diferentes ambientes.
Foi satisfeita, nesta Fipa, a curiosidade superficial de quem pôs no rosto pela primeira vez os óculos de realidade aumentada. Mas também foi feita a vontade de aprender de quem assistiu, por exemplo, à palestra sobre os novos métodos de fabricação de cimento pela Votorantim.
O fato é que a programação da feira ampliou a repercussão sobre um tema que precisa ser cada vez mais debatido, porque está na ordem do dia. Com este evento, o público teve rápido contato com máquinas autônomas usadas em linhas de produção de refrigerantes e joias sustentáveis da indústria madeireira. Conheceu os novos feitos de grandes corporações, como a Mercedes-Benz e sua linha inteligente e integrada de montagem de caminhões.
Na programação técnica, o interesse por este momento crucial da indústria encontrou terreno fértil. Um dos aspectos mais vantajosos dessa programação foi a diversidade de temas debatidos, ensinados e aprendidos.
Tecnologia, gestão, projeto, controle, planejamento, qualificação, financiamento, investimento, metodologia, crédito, produtividade, sustentabilidade, comércio, negócio, parceria, cooperativismo, ética, burocracia, resultado, processo, relacionamento, exportação e até absenteísmo, todos esses assuntos foram abordados nos workshops, cursos, palestras e debates, com um naipe de facilitadores oriundos do Sinduscom, Instituto Evaldo Lodi, Sedeme, Codec, Banpará, Imerys, Sindolpa, Sescoop, Jucepa, Alubar, Sindirepa, PCT Guamá e Finep, entre outros.
Foi uma feira boa pra ver e oportuna para pensar, com espaço para rodada de negócios, vendas, prospecção, treinamento e até competições, como o concurso de customização para estudantes de moda, o sorteio de um carro zero quilômetro e um grand-prix de inovação protagonizado pelos alunos do SenaiLab.
Se há lições importantes para aprender, no balanço final desta bem-sucedida Fipa, os organizadores poderiam pautar para a próxima feira ou até para outros eventos em que se pretenda promover o encontro da indústria com a socedade, dois temas carentes de uma abordagem mais profunda: o potencial da Indústria 4.0 na busca de uma economia sustentável para a Amazônia e o impacto das inovações no mercado de trabalho., para o bem e para o mal.
Dois assuntos que foram suscitados na Fipa, mas apenas como temas transversais - o que, afinal, já é um bom começo.