Pará é ouro!
Francielle Jamily Gregório Santos, 17 anos, da Associação Dago Fight, de Marituba (PA), levou a medalha de ouro no 17º Campeonato Brasileiro de Boxe Olímpico, ocorrido neste mês de julho em Cuiabá (MT). A disputa reuniu 160 atletas de várias cidades brasileiras. A atleta teve acompanhamento técnico dos treinadores da equipe paraense em Cuiabá: Mike Carvalho, da Associação Mike Carvalho de Luta; e Julião Neto.
Franci conquistou o título de campeã brasileira juvenil, na categoria 51kg feminina, disputando com uma atleta do estado de Sergipe. Moradora do bairro periférico Santa Clara, em Marituba, Franci começou a treinar aos 13 anos por influência da irmã e de uma colega do bairro, que já praticavam o boxe. Desde então, soma 27 lutas e 26 vitórias, incluindo dois títulos no campeonato paraense, por meio do qual, teve a oportunidade de participar das seletivas para o nacional e foi classificada em 2018 e 2019. “O principal aprendizado que o boxe me traz é a superação. Muita gente não acredita em atletas da periferia. Minhas conquistas mostram que é possível”, relata a atleta.
Além do grande incentivo dos pais, Sonia e Waldeci Maia, e do marido Ney Moraes, Franci contou com o apoio técnico dos treinadores Roberto Antônio Mafra, o Dago, da Associação Dago Fight, que ela representou no campeonato, e do treinador Ozimar Barroso, do Clube Ozi Boxe. Nos últimos meses de junho e julho, ela intensificou os treinamentos técnicos em Belém, para garantir o lugar principal no pódio do campeonato.
Apoio – Paralelamente aos estudos no ensino médio, a atleta de Marituba também é Menor Aprendiz na área operacional da Guamá Tratamento de Resíduos, que opera o aterro sanitário que atende Belém, Ananindeua e Marituba. Foi com o apoio da empresa que Franci viajou para disputar o título em Cuiabá (MT). “A Franci é um dos talentos da Dago Fight, associação que tem apoio da Guamá, e que está revelando muitos jovens no esporte paraense. São guerreiros que são um orgulho para a empresa, para o estado do Pará e para o Brasil”, declara Ana Rita Lopes, gerente de Comunicação e Responsabilidade Social da empresa.
A Guamá apoia a associação desde o primeiro semestre de 2018, por meio do Programa de Parceria Cidadã com a Sociedade (PPCS), com a melhoria da infraestrutura do espaço, uniformes, passagens aéreas para participação em campeonatos e oportunidades de aprimoramento profissional, criando um ambiente mais favorável ao aperfeiçoamento de talentos como Franci, Robert e a Arthur, incentivando estes jovens, que estão despontando nos campeonatos paraense e brasileiro. “É gratificante para empresa apoiar um trabalho sério, que desenvolve mente e corpo e ainda abre oportunidades para esses jovens”, comenta Angelo Castro, diretor regional da Guamá.
Entre os incentivos recentes da Guamá aos talentos da Dago Fight está o apoio de passagens e apoio na alimentação para os atletas da Dago Fight, Robert Mafra – que é campeão paraense – e Arthur Silva – que é vice-campeão paraense, que vão participar de uma imersão, no período de 11 a 30 de julho, buscando vaga para treinar num especializado Centro de Treinamento de Boxe em São Paulo. “Quero agradecer a Guamá, pelo apoio a Francielle, que trouxe medalha de campeã brasileira para o nosso estado, uma campeã que saiu do Santa Clara, bairro de periferia de Marituba. Também somos gratos ao apoio da empresa para os atletas que vão disputar uma vaga e bolsa para um centro de treinamento em São Paulo”, declara Dago.
Empenho - De segunda a sexta, das 6h da manhã às 22h da noite, Dago treina 80 alunos na Associação Dago Fight. O espaço do treinamento é um salão da casa do treinador, que também fica no bairro Santa Clara, em Marituba. É lá a porta de entrada para novos horizontes para crianças, adolescentes e jovens do município, que dedicam-se ao esporte do boxe.
Os sonhos, que são construídos neste espaço, têm Dago como mestre. Envolvido com o boxe e a capoeira desde 1991, Dago decidiu usar sua paixão por estes esportes para engajar jovens e afastá-los de situações de risco em Marituba. “Atendemos crianças, adolescentes e jovens, de 7 a 18 anos. Passamos por muitas dificuldades neste trabalho, pois moramos numa zona vermelha (com alto índice de criminalidade). O que me move é afastar esses jovens da violência”, relata Dago, que há mais de três anos desenvolve o trabalho social por meio do esporte com a comunidade de Marituba.
Aprendizados - Para Francielle, que levou o primeiro lugar no Brasileiro, a experiência nacional foi um grande aprendizado, principalmente emocional, que também influencia na performance durante a luta. “Treinei bastante e tive mais foco este ano, equilibrando minha capacidade técnica com a ansiedade, que fez a diferença na conquista do ouro,” avalia a atleta.
Francielle conta que sua participação no campeonato contribui ainda para inspirar outros atletas de Marituba, que começam a perceber que também têm potencial para participar de disputas . “Eu queria ressaltar o apoio dos meus pais e meu marido, dos treinadores Dago e Ozimar, da Guamá e dos meus amigos atletas de Marituba, que me incentivaram bastante nas disputas em Cuiabá. É muita emoção trazer esse ouro ao Pará. Estou muito feliz e vou manter o ritmo de treinos para trazer novas conquistas para o nosso estado”, comenta.
(Com informações de Solange Campos /Temple)