Cenas de barbárie
A rebelião durou cerca de 5 horas e se estendeu por toda a manhã desta segunda-feira (29). Após uma briga entre membros de facções criminosas, os detentos do bloco “A” invadiram o anexo onde ficavam os rivais e começou a barbárie. Dezesseis detentos foram degolados. Durante a confusão, alguns custodiados atearam fogo e deixaram outro grupo de presos isolados no local do incêndio. Mais de 20 morreram asfixiados pela fumaça.
A cúpula da Segurança Pública no Pará, formada pelo secretário, o delegado geral da polícia civil e comandantes da Polícia Militar, viajou às pressas para Altamira para acompanhar de perto a situação, logo após entrevista coletiva no Palácio do Governo, em Belém.
Este é o segundo maior massacre em presídios de 2019. O episódio no Centro de Recuperação Regional de Altamira, que tem capacidade para 200 detentos mas mantinha 311, acontece poucos meses depois de um conflito semelhante ocorrido no estado do Amazonas, que resultou na morte de 55 presos, em maio.
Segundo a Superintendência do Sistema Penitenciário, os dois agentes prisionais que foram mantidos reféns acabaram sendo liberados no final da manhã, após negociação feita com os detentos amotinados por policiais civis e militares, com a participação de promotores de Justiça locais.
Altamira está no topo da lista dos municípios mais violentos do Brasil. A violência é uma situação endêmica em todo o Pará. Na capital, Belém, há em média seis mortes violentas por dia e a cidade está dividida entre facções rivais, grupos de extermínio e milícias ligadas a policiais e ex-policiais. Já foram identificadas as atuações do Comando Vermelho, Família do Norte, Primeira Guerrilha do Norte, Primeiro Comando da Capital e Comando Classe A, cinco organizações criminosas nativas ou estendidas ao território paraense em plena convulsão.
Veja também:
Líder do Comando Vermelho no presídio era um dos alvos da facção rival; 55 mortes
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Altamira Massacre Presídio
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