Só perde pra Carandiru

Mais 4 presos são mortos na transferência para Belém e massacre no Pará já é o 2º pior da história

Número total de vítimas derivadas do conflito entre Comando Vermelho e Comando Classe A chega a 62. Novos corpos, encontrados no caminhão, tinham sinais de estrangulamento.

Quatro corpos foram encontrados na manhã desta quarta-feira (31) no interior do caminhão que transportava para Belém um grupo de presos envolvidos no massacre de Altamira. Com isso, já chega a 62 o número de mortos por causa do conflito entre as facções Comando Classe A e Comando Vermelho, ocorrido no interior do presídio daquele município, na manhã de segunda-feira. O massacre de Altamira já é a pior ocorrência desse tipo no ano, superando em mortes na rebelião de maio no Amazonas, e figura como o segundo caso com maior número de vítimas da história.

O caso mais grave ocorreu em outubro de 1992, no Carandiru, em São Paulo, com 111 mortes. Agora, com 62 mortes, o massacre no Centro de Recuperação de Altamira é o segundo pior. O terceiro e o quarto aconteceram no Amazonas: 56 mortes em janeiro de 2017 e 55 mortes em maio deste ano. Na sequência dos massacres vêm presídios de Roraima (33 mortes em janeiro de 2017); de Benfica, no Rio de Janeiro (31 mortes em maio de 2004); de Rondônia (27 mortes em janeiro de 2002); do Rio Grande do Norte (26 mortes em janeiro de 2017); e do Maranhão (18 mortes em novembro de 2010).

Os presos que eram transportados no caminhão foram acomodados em duas celas distintas e o conflito que resultou na morte de quatro deles teria acontecido de madrugada, no trecho entre Novo Repartimento e Marabá. Eles faziam parte de um grupo de 46 detentos suspeitos de participação no massacre de segunda-feira. Dez desses líderes, os mais perigosos, serão encaminhados para presídios federais e foram transferidos de avião para Belém. Os demais seguiam no caminhão e serão distribuídos em unidades estaduais, no Pará.

Em setembro do ano passado, sete pessoas foram mortas no mesmo Centro de Recuperação de Altamira e outras 22 pessoas tombaram em rebelião seguida de tentativa de fuga no Complexo de Santa Izabel, na região metropolitana de Belém.


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