Como assim?

A Uber surpreendeu o mercado ao anunciar, nesta quinta-feira (8) um resultado negativo de 5,2 bilhões de dólares, a maior perda de sua história. A notícia, publicada em primeira mão no site da revista Exame, é espantosa porque o nome Uber sempre é associado a uma história de sucesso, quando se enxerga apenas o crescimento do número de usuários e parceiros que utilizam o aplicativo de transportes urbanos.
Só no Brasil já são 600 mil motoristas cadastrados, utilizando o aplicativo da companhia, e 22 milhões de usuários, ambos compondo o segundo maior mercado da empresa no mundo. Em 2018, a operação da Uber no país gerou um faturamento de aproximadamente 3,7 bilhões de reais. Na região metropolitana de Belém, estima-se que 15 mil motoristas utilizem aplicativos de transporte de passageiros, a maioria Uber.
A Uber, porém, não é apenas a dona do aplicativo de transporte. Tem negócios expandidos em diversas direções e, desde maio, quando abriu o capital, também está sujeita às oscilações das bolsas. Embora seu faturamento global tenha subido 14% com setor de viagens e com o Uber Eats, esse crescimento não foi suficiente para aplacar prejuízo de 5,2 bilhões de dólares no segundo trimestre deste ano, encerrado em junho.
A Uber fez 1,7 bilhão de viagens entre abril e junho, alta de 35% na comparação com o mesmo período do ano passado. O número de usuários ativos cresceu 30%, com 99 milhões de pessoas por mês usando as plataformas da empresa. Cada usuário faz, em média, 5,6 viagens por mês.
Por outro lado, por conta do resultado negativo global, a ação da empresa chegou a cair 11%, nesta quinta. A empresa havia fechado o dia com alta de 8% antes da divulgação dos resultados, mostrando que os investidores, até então, estavam mais otimistas. Atualmente, a Uber vale 73 bilhões de dólares na Nasdaq, uma das duas bolsas de Nova York.