Bem-vinda, Magalu
Com um estoque de 2 mil empregos para criar até 2020, mil vagas a serem preenchidas até setembro e uma presença firme no mercado, o Magazine Luíza confirmou, nesta quinta-feira (8), a disposição de investir no Pará. A presidente do conselho de administração da empresa, Luíza Helena Trajano, agiu com sabedoria ao visitar o prefeito de Belém, Zenaldo Coutinho, e o governador do estado, Helder Barbalho, para agradecer o bom acolhimento do grupo na região. A visita dá uma impressão de respeito com o consumidor paraense, representado pelos chefes do Executivo municipal e estadual. Simbolicamente, é como pedir licença antes de entrar na casa dos outros.
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Luiza Helena Trajano agradeceu o acolhimento de Belém aos planos de expansão do Magazine Luíza. Foto: Reprodução/Facebook |
Helder e Zenaldo foram além do protocolo, registrando e divulgando a presença da empresária. A chegada do Magazine Luíza, afinal, dá um impulso extra ao setor do comércio e também estimula o mercado dos fornecedores, além de ser a porta de entrada na Amazônia para um novo modelo de negócios que é considerado o futuro do varejo no Brasil e que tem, na Magalu, seu maior expoente. Os números são eloquentes.
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As primeiras das 80 lojas a serem instaladas no Estado devem ser abertas até o fim de setembro, gerando cerca de mil empregos, inicialmente. Foto: Marcelo Seabra / Ag. Pará |
A empresa teve um faturamento de 5,7 bilhões no primeiro trimestre de 2019, atingindo em três anos um lucro estimado em 139 milhões, segundo a revista Exame, e valorizando 100 vezes na Bolsa neste período. Seu valor de mercado, hoje, é de 40 bilhões de reais.
Criada pela família Trajano em 1957, na cidade de Franca, interior de São Paulo, o Magazine Luíza já tem 959 pontos de venda em 16 estados do Brasil, chegando agora ao Pará e ao Maranhão após uma operação concretizada em maio, que envolveu a compra de 48 lojas do Armazém Paraíba nestes estados para fincar a sua bandeira na Amazônia.
Luiza Helena comandou o Magalu de 1991 a 2015 e agora se divide entre a presidência do conselho de administração do Magazine Luíza e a liderança do grupo político suprapartidário Mulheres do Brasil. A ela é atribuído o mérito de transformar o Magazine no que é hoje, com foco totalmente voltado para inovação e tecnologia e um novo conceito de lojas, que associa a experiência digital com a física, como é a tendência do setor, que ainda engatinha por aqui.
Mais de 40% das vendas do grupo já são oriundas da internet. A ideia, de acordo com matérias publicadas em sites especializados, como Consumidor Moderno e Novarejo, é transformar o Magazine Luíza de vendedor de eletroeletrônicos e móveis em provedor de tecnologia e serviços de logística e finanças, mirando no perfil do novo consumidor, que passa mais de 9 horas por dia conectado à internet, mas ainda se sente estimulado a ter experiências de consumo em lojas físicas.
Uma das decisões tomadas pelo grupo é utilizar suas quase mil lojas espalhadas pelo país como minicentros de distribuição de mercadorias, melhorando a distribuição, investindo em parcerias e estimulando as compras online, uma fatia de consumo que ainda tem muito a crescer. Segundo pesquisa feita pela Ebit/Nielsen, do total de vendas do varejo no país, em 2018, que chegaram a 1,3 trilhão, apenas 4% foram feitas pela internet, enquanto a média mundial é de 14%.
É justamente neste terreno fértil que o Magazine Luíza quer fincar raízes, plantar e colher frutos, tornando-se ainda mais importante em uma fatia gigantesca do mercado futuro que está à espera de protagonista e que dá seus primeiros passos no Pará.