Trabalho à vista
Quatro meses depois de anunciar a aquisição de 39 pontos de venda que pertenciam ao Armazém Paraíba no Pará, tornando público o projeto de expansão rumo ao Norte, o Magazine Luíza consolida sua presença na região a partir da próxima segunda-feira (16), inaugurando de uma só vez 19 lojas em 14 cidades do Estado.
É só o começo. Antes do Natal, já serão 60 lojas e dois grandes centros de distribuição do grupo, planejados para Marituba e Benevides. A expectativa, criada há cerca de um mês pela própria presidente do conselho administrativo da empresa, Luíza Trajano, na visita ao governador do Pará e ao prefeito de Belém, é de que o Magazine Luíza crie no mercado paraense, até 2020, cerca de 2 mil empregos, o equivalente à metade de todas as vagas geradas na Região Norte em junho de 2019.
O movimento do Magazine Luíza rumo ao Norte mexe com o mercado. Há poucos dias, o secretário estadual de Desenvolvimento Econômico, Iran Lima, revelou em um evento na Fiepa os planos de expansão das Lojas Americanas no Pará. Parece uma resposta à chegada do Magazine Luíza.
Até 2020, as L.A. abrirão mais 15 lojas, além das 45 que já possuem, e um grande centro de distribuição no Pará, praticamente empatando com o Magazine Luíza em pontos de venda. Isso significa que mais empregos serão gerados por conta dessa reação.
O fenômeno Magalu e a reação das L.A. servem de alerta para pequenos e grandes varejistas paraenses. Colocam na pauta do comércio local a necessidade urgente de assimilar um novo modelo de negócios, inspirado na transformação do consumidor moderno, marca registrada do Magazine Luíza e das Lojas Americanas.
Estes grupos travam uma batalha de gigantes no segmento das lojas de departamento, um dos filões do varejo nacional. Ambos são defensores da mudança de paradigmas dos seus empreendimentos. Consolidaram-se com lojas físicas, mas transformaram-se nos maiores players do comércio eletrônico, disputando a atenção do consumidor com a oferta de uma nova experiência de consumo, que agrega o dever da inovação ao valor da tradição e utiliza cada vez mais as plataformas digitais.
Para as duas empresas, obedientes aos novos tempos mas sem desprezar a longa experiência de mercado, as lojas físicas são um dos pilares da estratégia digital, porque aproximam a marca dos clientes e também funcionam como pequenos centros de distribuição.
Nas lojas do Magazine que serão inauguradas a partir do dia 16, quase 30% do espaço serão destinados a estocar produtos. Esses estoques contêm tanto os produtos Magalu como os diversos itens oferecidos, no marketplace da empresa, pelos mais de 8 mil parceiros, os chamados sellers. A integração entre lojas físicas e plataformas digitais permite que uma compra seja feita online e a entrega seja presencial. Mais de 41% das vendas da Magalu no segundo semestre deste ano, foram originadas na internet, compondo uma receita líquida total de R$ 4,3 bilhões.