Mapa do Trabalho

Pará precisa qualificar quase 190 mil trabalhadores até 2023

Conhecimento em tecnologia é uma das chaves para conseguir emprego. Senai Pará formará 75 mil somente neste ano.

Na era da indústria 4.0, conhecimento é poder. O que fará a diferença no mercado de trabalho, nos próximos cinco anos, é a formação básica em tecnologia. É o que demonstra o estudo feito pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), denominado Mapa do Trabalho Industrial. 

Para atender a essa demanda, o Pará precisa qualificar quase 190 mil trabalhadores em ocupações industriais em diferentes níveis. Atividades como técnico de controle de produção, mecânico de manutenção de máquinas industriais e analista de tecnologia da informação estão entre as mais requisitadas pela indústria.

Os números locais do Mapa foram divulgados nesta segunda-feira (30), durante entrevista coletiva com o diretor regional do Senai Pará, Dário Lemos. Segundo ele, somente em 2019, o Senai Pará pretende atender a 75 mil pessoas, oferecendo conhecimento de base industrial. De 2019 a 2023, o estado inteiro precisará formar 189.622 trabalhadores com esse preparo técnico. No mesmo período, a demanda no Brasil será de 10,5 milhões de trabalhadores em ocupações industriais.

Oportunidade

O Mapa ajuda o Senai a montar sua grade de cursos, para que a instituição ofereça aquilo que o mercado precisa. Além disso, também auxilia os jovens a escolherem uma atividade em que seja mais fácil conseguir emprego. Para os profissionais que já estão no mercado de trabalho, o Mapa aponta os melhores caminhos para a qualificação e o aperfeiçoamento.

A estudante Letícia Neves, de 18 anos, usou essa estratégia ao se matricular no curso de técnico em automação, sabendo que esta é uma das áreas com maior demanda no setor industrial, a chamada área transversal, que insere o técnico em diversos segmentos da indústria. “Eu pesquisei e vi que era um curso bom para conseguir emprego mais rapidamente”, conta Letícia, no intervalo de uma aula de Comunicação Oral e Escrita, em que a turma de quase 30 alunos preparava relatório sobre a visita a um laboratório de simuladores. 

A professora da disciplina, Lorena Trescastro, explica que a preparação dos jovens para atividades industriais não exclui a necessidade de aprender noções de língua portuguesa. “Todo técnico precisa se comunicar, trabalhar em equipe, desenvolver projetos, produzir relatórios”, exemplifica.

De fato, segundo Dário Lemos, os cursos do Senai preparam as pessoas para as três etapas básicas do processo industrial: planejamento, execução e manutenção, adequando as atividades às novas tecnologias e oferecendo contato com plantas industriais, o que dificilmente aconteceria na escola pública tradicional. “O Mapa ajuda o Senai a trabalhar com os olhos no presente e no futuro. As áreas apontadas são as áreas em que investimos, com a modernização dos nossos laboratórios”, acrescenta.

Em épocas de recursos mais escassos, o estudo ajuda o Senai a dar o tiro certo e permanecer como referência de formação de mão de obra para a indústria. “De 2014 a 2018, tivemos uma perda de receita em torno de 32%”, revela o diretor regional. “Mesmo assim, precisamos continuar investindo e sempre no caminho certo. O Mapa nos dá esse caminho”.   

Em alta

Cursos como o de técnico em automação, técnico em meio ambiente e técnico em informática para a internet, oferecidos pelo Senai, preparam o estudante para a área que mais demandará capacitação de profissionais com formação técnica no Pará: a chamada área transversal, que é necessária em vários segmentos, seja na indústria de bebidas, na mineração ou no setor energético.

De acordo com o Mapa do Trabalho Industrial, as cinco ocupações industriais com maior demanda são:

- Técnico de controle da produção

- Técnico de planejamento e controle da produção

- Supervisor da construção civil

- Técnico em eletrônica

- Técnico mecânico na fabricação e montagem de máquinas, sistemas e instrumentos.

Já as cinco ocupações que mais vão precisar de profissionais capacitados nos próximos cinco anos são: 

- Mecânico de manutenção de máquinas industriais

- Eletricista de manutenção eletroeletrônica

- Operador de máquina para extração de minerais sólidos

- Mecânico de manutenção de veículos automotores

- Instaladores e reparadores de linhas e cabos elétricos, telefônicos e de comunicações de dados.

O Mapa também aponta, para os trabalhadores de nível superior, as áreas de gestão, informática e construção como as de maiores demandas por profissionais. As ocupações mais requisitadas são:

- Analista de tecnologia da informação

- Gerente de produção e operações 

- Engenheiro civil 

- Engenheiro de minas

- Engenheiro de produção, qualidade e segurança


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