PAISAGISMO
Ela aproveitava, junto com os amigos e irmãos, os resíduos provenientes da fábrica de processamento de castanha do Pará, estabelecimento localizado até hoje em frente da residência deles. A década era de 1970.
Ela é Nazaré Barbosa, de 57 anos, moradora da Bernardo Sayão, que hoje lembra, com saudosismo, da época de criança, em que brincava no trecho daquela avenida, compreendido entre a avenida José Bonifácio e rua Augusto Corrêa, justamente, no intervalo que foi revitalizado e entregue, em julho de 2018, à comunidade belenense pela Prefeitura Municipal de Belém.
Urbanização - As obras de macrodrenagem entregues no ano passado levaram urbanização e um novo paisagismo às comunidades daquela área periférica da capital, que reúne próximo de 55 mil pessoas. Sem esconder a alegria no momento de listar os benefícios promovidos pela obra de responsabilidade da Prefeitura, Nazaré se gaba ao falar dos cuidados com as 14 espécies de ipê plantadas no dia da inauguração da nova Bernardo Sayão.
“Eu geralmente rego essas mudas, logo pela manhã, mas durante o verão irrigo mais de uma vez. Eu e meus cinco irmãos regamos, e até chamo os sobrinhos para molhar os pés de ipês”, explica Nazaré, que é professora particular. No canteiro, na base de uma das mudas, está fixada uma placa com o sobrenome da família da moradora, Barbosa Mourão, respectivamente sobrenomes da mãe e do pai.
A escolha dos ipês para o paisagismo da avenida Bernardo Sayão foi feita pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Semma), principalmente, por conta da segurança da população. "Os ipês foram plantados pensando no paisagismo do local. Quando essas árvores começarem a florescer, as cores das flores vão deixar o local mais bonito. Eles também foram plantados lá pelo tamanho da árvore, que não ficam muito grandes, e por não serem árvores frutíferas que possam causar algum risco à população, quando ficam carregadas de frutas", explicou Paulo Porto, engenheiro agronônomo e assessor técnico da Semma.
A conclusão do serviço de pavimentação da avenida Bernardo Sayão, parece ter dado oportunidade da vida recrudescer, assim como o espírito de dona Nazaré Barbosa. “Eu não esperava por essa obra, esperamos por cinco décadas. É um sonho realizado. A arborização trouxe qualidade de vida para os moradores, tirou a gente do alagado. Não temos mais aquela vala na frente de casa”, comemora. “Quando os ipês estiverem florescendo, será muito melhor, pois vamos sentir o aroma das flores”, adicionou a pedagoga.
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