Saúde
Sim. É possível identificar o Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) em crianças menores de três anos. Não. Você não precisa de um diagnóstico para iniciar intervenções terapêuticas. Em todos os casos, diagnóstico ou não de TEA, as intervenções precoces só irão potencializar o desenvolvimento do seu filho. Por isso, não espere.
Mesmos com os avanços científicos, os diagnósticos são realizados por meio de observações e avaliações do comportamento. Por isso, se perceber algo diferente em seu bebê, não hesite procure ajuda médica!
As dicas a seguir têm o objetivo de ajudar você na identificação dos sinais possíveis de suspeita para o diagnóstico de TEA nos bebês. Encare-as como sinais de alerta. Verifique se há sinais de prejuízo na interação e comunicação social e nos padrões de comportamento estereotipados ou repetitivos.
Sinais de alerta para identificação do Transtorno do Espectro:
1. Se entre ou 2 meses seu bebê não faz contato visual. Olhar para você ou alguém que está por perto.
2. Se aos 4 meses seu bebê não acompanha objetos que se movam na sua frente; não sorri para as pessoas; não leva as mãos ou objetos à boca; não responde a sons altos; não emite sons com a boca; não sustenta a cabeça; tem dificuldades em mover os olhos para todas as direções; perdeu habilidades que já possuía.
3. Se aos 6 meses seu bebê não tenta pegar objetos que estão próximos; não demonstra afeto por pessoas familiares; não responde à sons emitidos próximos a ele; não emite pequenas vocalizações; não sorri ou dá risadas ou expressões alegres; perdeu habilidades que já possui.
4. Se aos 9 meses seu bebê não senta, mesmo com auxílio; não balbucia; não reconhece o próprio nome; não reconhece pessoas familiares; não olha para onde você aponta; não passa os brinquedos de uma mão para outra; não demonstra reciprocidade; não responde às tentativas de interação; perdeu habilidade que já possuía.
5. Se aos 12 meses seu bebê não faz contato visual; não engatinha; não fica de pé, quando segurado; não procura objetos que vê sendo escondidos; não fala palavras como “papai” ou “mamãe”; não entende comandos como “mandar tchau”; não aponta para objetos; perdeu habilidades que possuía.
6. Se aos 18 meses seu bebê não anda; não fala pelo menos se is palavras; não aprende novas palavras; não expressa o que quer; não aponta para mostrar algo; não se importa caso o cuidador se afaste ou se aproxime; não copia comportamentos, perdeu habilidades que já possuía.
7. Se aos 24 meses seu bebê não fala frases com duas palavras, que não sejam imitação (exemplo: quero água); não copia ações ou palavras; não segue instruções simples; não anda de forma equilibrada; não entende o que fazer com utensílios comuns, como colher, telefone, escova de cabelo; perdeu habilidade que já possuía.
8. Se aos 3 anos sua criança cai muito ao andar; tem a fala muito pobre ou incompreensível; não compreende comandos simples; não consegue brincar de “faz de conta”; não consegue brincar com brinquedos simples (exemplo: Lego, quebra-cabeça); não tem interesse em brincar com outras crianças; perdeu habilidade que já possuía.
Esta lista de sinais foi elaborada pela fonoaudióloga Dra. Maria Claudia Brito, com Pós-Doutorado, Doutorado e Mestrado com as pesquisas nas áreas de Autismo e Linguagem, pela Universidade Estadual Paulista-UNESP.
Segundo ela, Não existe uma única abordagem totalmente eficaz para todas as crianças com TEA durante todo o tempo. As famílias modificam suas expectativas e valores com relação ao tratamento de seus filhos de acordo com a fase de desenvolvimento da criança e do contexto familiar.
“Um tipo específico de intervenção pode funcionar bem por certo período (nos anos anteriores à escolarização) e não funcionar tão bem nos anos subsequentes (adolescência). As propostas de intervenção baseada em evidências tendem a ter mais sucesso, porque são apoiadas em evidências científicas, experiência clínica e a perspectiva sociocultural do paciente ou do aluno com TEA.”, ressalta.