Vale Música

OJVM abre agenda de apresentações com concerto especial

A Orquestra Jovem Vale Música (OJMV) faz sua primeira apresentação do ano na sexta-feira, 21 de fevereiro (sexta-feira), às 20h, na Sala Augusto Meira Filho – Arte Doce Hall. Os jovens da orquestra serão regidos pelo maestro José Agostinho. A entrada é de graça.

A OJVM interpretará um programa especial, com obras de Wilson Fonseca, L. V. Beethoven e W. A. Mozart. Os músicos interpretarão as obras Centenário de Santarém – Abertura Sinfônica, Sinfonia N° 2, Op. 36 e Concerto parta Oboé e Orquestra em Dó Maior, que terá como solista o oboísta Joas Saraiva.

Para Joas Saraiva, 21, que faz parte do Projeto Vale Música desde criança, foram muitos desafios para chegar ao nível de músico profissional que tem hoje. Ele conta como foi o início de tudo. “Eu conheci o Projeto Vale Música por meio de um outro programa de educação musical em que participava, na minha igreja. Desde que comecei a estudar música minha vida mudou como um todo, conheci o instrumento que toco hoje no projeto e, através da minha atuação tive inúmeras oportunidades. Já conheci vários lugares do Brasil e pude ter aulas com grandes professores”, relembra o jovem músico.

Quem também tem uma história de longa data com o projeto é o próprio maestro Agostinho Júnior. Ele já esteve no quadro de professor e regente do Vale Música e já regeu a orquestra diversas vezes, como convidado, vivenciando muitas experiências musicais com os alunos e alunas. “Trabalhei na FAM, dentro do Projeto Vale Música por 10 anos, vi este grupo nascer e crescer. Fui regente assistente e cheguei a reger algumas músicas em concertos. A OJVM sempre teve um nível muito bom, tanto que vários músicos que começaram na OJVM, hoje, atuam profissionalmente na Orquestra Sinfônica do Theatro da Paz (a orquestra profissional do nosso Estado). Pela OJVM já passaram grandes maestros e solistas também. É um prazer e uma honra estar de volta como maestro convidado deste maravilhoso grupo artístico”, explica.

Músicas – O maestro convidado da noite conta ainda sobre a especificidade de cada música que será interpretada pelos jovens da OJVM. “A primeira música do repertório será a abertura sinfônica "Centenário de Santarém" de Wilson Fonseca ("Maestro Isoca"), ela é uma música que deve ser valorizada e divulgada por se tratar de uma composição brasileira, em especial de um compositor paraense. O Brasil, em especial o Pará, tem várias joias que precisam ser mostradas e valorizadas. O criador dessa peça é natural de Santarém e tem uma vasta e bela obra musical, sendo grande parte dela ainda inédita. A obra escolhida é da fase jovem do compositor, além de ser a primeira música composta para orquestra do mesmo”, pontua.

A obra seguinte a ser tocada faz parte da comemoração mundial dos 250 anos de nascimento de Beethoven. Os músicos vão executar no concerto a sua "2ª Sinfonia", que é carregada de significado e personalidade. “O mundo erudito realizará concertos em homenagem a este compositor, logo, não podíamos estar fora desta celebração. Beethoven compôs esta sinfonia em um período conturbado da sua vida, estava começando a sentir os sintomas da surdez e teve o diagnóstico de que sua situação era irreversível. É justamente este o turbilhão representado nesta obra, muito significativa do repertório orquestral”, revela Agostinho Júnior.

Para encerrar o concerto, está previsto a participação do solista que será o destaque da música de encerramento e, para o maestro dar oportunidades para jovens músicos solarem é essencial. “Em quase todos os concertos que regi, tive a oportunidade de colocar este pensamento em prática. Dessa vez, o jovem e talentoso solista será "Joas Saraiva", o qual executará o concerto em Dó maior de Mozart, para Oboé e orquestra”, adianta.

“Fui professor de Oboé da FAM por vários anos e Joas começou seus estudos neste período, mostrando dedicação e bom desempenho ao executar este lindo instrumento. Hoje, atua como profissional e é regularmente elogiado pelo seu fazer musical, tanto na orquestra, na música de câmara ou solo, afirma o maestro.

Desafios Orquestrais – De acordo com Agostinho Júnior, uma das músicas que exige bastante atenção e disciplina dos músicos é a composição de Beethoven. “É sempre é um desafio para qualquer orquestra, além das passagens técnicas, existe todo um contexto musical para ser posto em prática. Contudo, várias orquestras, em especial jovens, se detém em vencer a parte técnica deste repertório, mas pela qualidade da OJVM, o público pode ter certeza que será alcançado outro nível de interpretação, que vai para além da repetição das notas, isto é, fazer a música em si”.

Além de reger a orquestra, que tem mais de 70 integrantes, Agostinho diz que “acompanhar um solista é outro tipo de desafio superado por ele e por todos os envolvidos do grupo, pois a orquestra deve estar muito atenta, junto com o maestro, às nuances sugeridas pelo solista, assim como deixá-lo à vontade para usar todo o seu potencial musical. É uma habilidade que precisa de percepção e maturidade musical e, garanto que o público pode esperar um grande concerto, afinal, estamos todos em sintonia e afinados.

Maestro - Agostinho Júnior deu início aos seus estudos de piano ainda criança com seu pai, José Agostinho da Fonseca Neto, e seu avô, Wilson Dias da Fonseca. Ele ingressou na Escola de Música “Maestro Wilson Fonseca”, Pólo de Interiorização da Fundação Carlos Gomes, em 1993, sendo posteriormente professor de flauta doce, oboé, piano e coral na referida instituição, em Santarém. Foi correpetidor do Coral “Expedito Toscano” e segundo regente da Banda Sinfônica (atual Orquestra Jovem) “Maestro Wilson Fonseca”, em Santarém. Na área de composição , ele concluiu, em 2010, o Curso de Especialização em Criação Musical, pela Universidade Federal do Pará – UFPA e é formado no Curso de Bacharelado em Música – Habilitação Composição e Arranjo da Universidade do Estado do Pará – UEPA (2011). Como professor de música, exerceu o magistério das disciplinas Prática em Conjunto, Arranjo e Improvisação, e Análise, no Curso de Licenciatura em Música, e Contraponto e Harmonia Superior, no Curso de Bacharelado em Música, na Universidade do Estado do Pará (UEPA), em Belém.

O maestro também regeu e gravou em 2012, com a Orquestra Sinfonia do Theatro da Paz, o concerto comemorativo ao aniversário de 100 anos de Wilson Fonseca pela SECULT e já atuou como Maestro Assistente na Orquestra Jovem Vale Música (OJVM) de 2011 a 2013, e de 2012 a 2014 da Orquestra Sinfônica do Theatro da Paz (OSTP).

No ano de 2018 realizou um intercâmbio na University of Missouri (Columbia – USA) em oboé e regência orquestral, sendo aprovado na seleção para o mestrado em ambas as áreas da referida universidade. Agostinho Júnior atua com a Orquestra Sinfônica Altino Pimenta (OSAP) e Orquestra Sinfônica Paulo Keuffer (OSPK), ambos grupos artísticos da Escola de Música da UFPA e ainda, está à frente, como maestro convidado, da Orquestra Sinfônica do Theatro da Paz (OSTP) e Orquestra Sinfônica Wilson Fonseca (OSWF). Atualmente é professor efetivo da Escola de Música da Universidade Federal do Pará (EMUFPA).

Solista - Joas Saraiva começou seus estudos de oboé através do Projeto Vale Música, aos dez anos, em Belém, na classe do Professor José Agostinho da Fonseca Jr. (que será o regente da noite). Em 2012 passou a integrar a Orquestra Jovem Vale Música, que já se apresentou em diversas cidades, entre as quais: Belém (Teatro da Paz), Belo Horizonte (Teatro Bradesco), Rio de Janeiro (Teatro Municipal do Rio de Janeiro), São Paulo (Ibirapuera, Sala São Paulo e Festival de Campos do Jordão). Joas participou de Master Class com os professores Humbert Lucarelli (USA), Dan Willet (USA), Hugo Souza (Brasil), Luís Carlos Justi (Brasil), Andrea Pereira (Portugal), Ravi Shankar (Brasil), entre outros. Atualmente, o jovem é o primeiro oboé da Orquestra Jovem Vale Música, tendo participado de concertos com os maestros Jooyong Ahn (Coréia do Sul), Walter Michael Vollhardt (Alemanha), Rodrigo Vita (Brasil), Serguei Eleazar de Carvalho (Brasil), Phillipe Forget (França), Jamil Maluf (Brasil), Sílvio Viegas (Brasil), Roberto Tibiriçá (Brasil), Dean Anderson (USA) e Gian Luigi Zampieri (Itália) e integra o naipe de oboé da OSTP (principal orquestra sinfônica do Pará).

OJVM - A Orquestra Jovem Vale Música foi criada em janeiro de 2010, como resultado do projeto social “Vale Música”, uma parceria da Fundação Amazônica de Música com a Fundação Vale. O projeto iniciou em 2004 e ensinou jovens com nenhum conhecimento prévio de música a tocar instrumentos de sopros, cordas e percussão, com o objetivo de formar uma orquestra sinfônica. Os jovens são provenientes da rede pública de ensino da grande Belém do Pará e os resultados obtidos foram tão rápidos que em 2010 a orquestra foi formalmente criada.

A orquestra já se apresentou em Brasília, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo, Manaus, Recife, São Luis, e Fortaleza, sempre nas salas de concerto mais importantes dessas cidades. A OJVM também conta em seu currículo com parcerias de grandes solistas internacionais.

A orquestra reúne jovens de 14 a 27 anos de idade que, graças à música e ao projeto, tem a possibilidade de um futuro mais promissor. Vários músicos oriundos do projeto já se profissionalizaram e compõem o quadro da Orquestra Sinfônica do Theatro da Paz.

Serviço: Primiera apresentação do ano da Orquestra Jovem Vale Música, dia 21 de fevereiro (sexta-feira), às 20h, na Sala Augusto Meira Filho – Arte Doce Hall, localizado na Av. Magalhães Barata, 1022 (entre Castelo e  14 de abril), com entrada franca. Os jovens da orquestra serão regidos pelo maestro José Agostinho com a participação do solista Joas Saraiva (oboé), que irá abrilhantar ainda mais a noite. A OJVM irá interpretar um programa especial, com obras de Wilson Fonseca, L. V. Beethoven e W. A.  Mozart. Os músicos irão interpretar as obras Centenário de Santarém – Abertura Sinfônica, Sinfonia N° 2, Op. 36 e Concerto parta Oboé e Orquestra em Dó Maior. Informações: 3347-0505


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