Justiça

Ministério Público do Pará cobra solução para irregularidades em terminal hidroviário de Belém

Os promotores constataram várias falhas de planejamento por parte dos órgãos estaduais responsáveis pela regulamentação do transporte hidroviário e administração do Terminal.

O Ministério Público do Estado (MPPA) expediu Recomendação conjunta à Companhia de Portos e Hidrovias do Estado do Pará (CPH) e Agência de Regulação e Controle de Serviços Públicos do Pará (ARCON) solicitando, num prazo de dez dias, a articulação de ações conjuntas para evitar a sobreposição de embarque e desembarque das empresas que operam nos Municípios Soure, Salvaterra, Ponta de Pedras, Cachoeira do Arari e Santa Cruz do Arari (Marajó Oriental), além de medidas para evitar aglomeração no embarque e desembarque de passageiros no Terminal Hidroviário de Belém.

Os promotores de justiça Adriana Passos Ferreira (Ponta de Pedras), Paula Suely de Araújo Alves Camacho (Salvaterra) e Guilherme Chaves Coelho (Soure) constataram, após a retomada das viagens intermunicipais, várias falhas de planejamento por parte dos órgãos estaduais responsáveis pela regulamentação do transporte hidroviário e administração do Terminal Hidroviário de Belém.

Dentre as irregularidades, foi constatado que várias embarcações são obrigadas a navegar no entorno do terminal rodoviário enquanto não recebem autorização para atracar, aumentando o risco de contaminação pelo novo coronavírus uma vez que os passageiros precisam ficar confinados mais tempo dentro da embarcação. Isso se dá devido as viagens para Ponta de Pedras, Soure e Salvaterra ocorrerem praticamente no mesmo horário. Aliado a isso, existe ainda o fato de todo o processo de embarque e desembarque ocorrer em um único portão, próximo aos guichês de venda de passagem, aumentando consideravelmente o fluxo em um pequeno espaço físico dentro do terminal expondo a saúde das pessoas que circulam pelo local.

De acordo com levantamento preliminar dos promotores, a irregularidade ocorre em razão de apenas um portão de embarque e desembarque estar em funcionamento devido a problemas na balsa de atracação de um deles, problema que se estende desde janeiro deste ano, sem solução. De acordo com a Recomendação do MPPA a Companhia dos Portos tem 10 dias para realizar ajustes operacionais da balsa do portão que se encontra interditado viabilizando atracação das embarcações.

De acordo com o Ministério Público, a omissão dos entes estatais fere as normas de vigilância sanitária no contexto da pandemia da covid-19, facilitando aglomeração de pessoas nos terminais de embarque e desembarque expondo a saúde da população do Marajó, cujo único meio de transporte é o hidroviário.


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