Saúde

Hospital de Campanha de Breves será fechado em breve, veja o balanço das atividades

Nesta última semana de atividade, a Unidade manteve os cuidados aos pacientes que ainda estão internados, com pelo menos quatro pessoas ainda em atendimento. Outras 25 foram transferidas para outras unidades de saúde, 137 pacientes receberam alta e foram registrados 21 óbitos.


O Hospital de Campanha de Breves (HCB) foi inaugurado no dia 11 de maio e terá suas atividades finalizadas nesta sexta-feira, dia 31 de julho. Neste período, o Hospital atendeu a 186 pacientes de várias cidades do Marajó Ocidental. Todos eles foram casos suspeitos ou confirmados de COVID-19 de baixa e média complexidade.


Nesta última semana de atividade, a Unidade manteve os cuidados aos pacientes que ainda estão internados, com pelo menos quatro pessoas ainda em atendimento. Outras 25 foram transferidas para outras unidades de saúde, 137 pacientes receberam alta e foram registrados 21 óbitos. 


O Hospital de Campanha de Breves foi uma estratégia do Governo do Pará para atender com mais agilidade pacientes vindos de Anajás, Bagre, Curralinho, Gurupá, Melgaço e Portel, localidades consideradas com pouca estrutura hospitalar. No total, a Unidade contou com 62 leitos, sendo 48 clínicos, 6 de UTI e 8 leitos clínicos pediátricos.

Dificuldades superadas
Pedro Barsi, diretor geral do Hospital, comentou que a maior dificuldade da Unidade estava relacionada a estrutura. “Afinal, não é um hospital comum. Nós estamos debaixo de lona, as paredes aqui são placas, nós temos um assoalho diferente. Então, ele não fornece para nós toda a estrutura física que um hospital comum nos forneceria”, explicou. Pedro complementou dizendo que o trabalho da direção foi garantir que essas características não impedissem que a Unidade garantisse o tratamento da doença.


Entre outros desafios superados, a Unidade lidou com o desconhecido novo Coronavírus, em uma localidade que apresenta dificuldades no acesso a bens e serviços. Porém, mesmo com estas dificuldades os atendimentos foram realizados com excelência e muito comprometimento.


Pacientes e acompanhantes reconheceram essas qualidades. Maria Lucineide, mãe da adolescente Tainá Lima Barbosa, paciente que passou dias internada na Unidade, não escondeu o sentimento de gratidão. “Para mim foi muito gratificante todo esse cuidado. Gostei muito do atendimento, sempre tive informação da minha filha”, disse.

“Eu sou paraense e me formei em uma Universidade do Estado, fui recrutado para essa missão. Podermos devolver alguém para casa já faz o nosso dia valer muito. Eu me sinto muito feliz em poder fazer parte dessa história”, falou, muito emocionado, o Dr. Jacson Nogueira.

Momentos marcantes
José Fialho Machado, morador do município de Portel, ficou internado 31 dias no Hospital, passando pela enfermaria e UTI até receber a alta. Sua família acompanhou o tratamento através de vídeochamada e estava sempre em contato com a equipe médica e com o serviço social da Unidade. Quando o paciente recebeu a alta, a família comemorou com bolo e música, cartazes e certificados de agradecimento pelo serviço prestado e atendimento humanizado aos colaboradores do HCB.


“A emoção foi tão grande. O momento era tão propício pra gente agradecer. Eu agradeço a todos, obrigado de coração, não só pelo papai, mas por todos que ainda estão internados. Vocês vão estar sempre nas minhas orações, Deus vai estar sempre com vocês, cuidando e iluminando”, falou, emocionado, Diego Machado, filho de José.


Um paciente de Melgaço que também passou por atendimento na Unidade, fez questão de visitar a equipe e doou uma cafeteira como forma de gratidão pelos cuidados que recebeu. “Eu estive internado aqui por quatro dias e fui o primeiro paciente a receber alta. Estou feliz em poder voltar aqui e ver as pessoas que cuidaram de mim. Sou só gratidão aos profissionais de saúde que estão na frente dessa pandemia, pois sabemos que não é nada fácil”, disse Nonato Miranda.

Estrutura
O Hospital de Campanha foi montado a partir de uma estrutura provisória, na direção do Produtor e Coordenador de Montagem Wagner Souza e de sua equipe. Apesar da dificuldade na aquisição de equipamentos de modo geral, a Unidade atendeu com a capacidade máxima de 60 leitos e com ocupação média de 60%. Até o término das atividades, a Unidade atendia com 152 colaboradores, entre eles médicos, enfermeiros, assistentes sociais, técnicos, apoio e outros.


Humanização
Neste período, para aliviar os dias de preocupação e ansiedade que muitos pacientes internados no Hospital passaram, a Unidade criou o Projeto Humaniza HCamp utilizando da música como complementação ao tratamento.

O cantor escolhido, Huan Tupinambá, também é auxiliar administrativo do Núcleo Interno de Regulação (NIR) e, nos dias de folga, se dedicava a tocar e cantar para os pacientes e colegas de plantão. 


“A música está ganhando poder de remédio para silenciar males tão distintos quanto dor e depressão. Para a ciência, não há dúvidas de que a música tem um impacto nas emoções, no comportamento e, em última análise, até na saúde de cada um de nós. Muitos deles cantaram juntos, se alegraram e outros choraram de emoção”, contou Huan. 

Término das atividades
Hoje, dia 30 de julho, a equipe do Hospital pretende realizar as últimas altas que serão acompanhadas com música ao vivo e momentos de homenagens. Após o fechamento do Hospital, os novos casos da doença que ainda surgirem na região serão encaminhados para outras unidades, como o Regional de Breves e o Hospital de Campanha de Belém.
 


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