HISTÓRIA






Foto: Fernando Sette
O Museu de Arte de Belém (Mabe), inaugurado em 12 de janeiro de 1994, após a conclusão da restauração do Palácio Antônio Lemos, que passou a abrigá-lo desde então, vem desempenhando sua missão de salvaguardar, pesquisar e comunicar o acervo museológico da cidade, como patrimônio cultural da sociedade.
O Mabe realiza ações museológicas de documentação, catalogação, conservação, restauração, curadoria e educação patrimonial, decorrentes de pesquisas, oferecendo à sociedade significativas exposições, encontros, debates, palestras, cursos, simpósios, oficinas, seminários, conferências, lançamentos de livros e outros eventos culturais, como lugar de reflexão, crítica, formação, promoção e exercício das artes visuais e demais atividades museológicas.
Exposições - De 2015 à janeiro de 2020, o museu realizou mais de 15 exposições de grandes artistas paraenses, nacionais e estrangeiros e recebeu mais de 14 mil visitantes, incluindo turistas, estudantes e acadêmicos da área. Além das exposições, o espaço cultural dispõe do projeto “Férias no Mabe”, um dos programas mais tradicionais mantidos pela direção do museu, que acontece durante as férias escolares, na qual se constitui de um conjunto de atividades sócio educativas, lúdicas e de lazer, voltada para o público infanto-juvenil.
Catalogação – Em 2018, em parceria com a Companhia de Tecnologia da Informação de Belém (Cinbesa), a direção e equipe técnica do museu criou um sistema próprio de catalogação do seu acervo museológico, em fase de implantação, seguindo com rigor as orientações do Thesauros para Acervo Museológico (versão 2016), organizado em categorias e subcategorias que caracterizam os objetos conforme sua função. No banco de dados já estão incluídas algumas informações do acervo, contudo, a plataforma é muito mais abrangente, atendendo a todas as normativas técnicas da área de museus, sobre as obras e autores, para um salto efetivo de qualidade no conteúdo e apresentação do histórico do acervo. Umas das muitas atividades realizadas nos processos do inventário do acervo no ano de 2020, envolvendo outras atividades importantes de sistematização de práticas museológicas de documentação, pesquisa e informação.
A diretora do museu, Janice Lima, conta que nos últimos três anos o Mabe vem passando por um processo de restauração na sua essência, com a realização do inventário do acervo do museu, sendo o última realizado em 1996. “O trabalho envolve todo o processo de sistematização da documentação do acervo, que se encontrava dissociado, pesquisa, e catalogação do acervo do Mabe. O resultado de todo esse processo possibilitará que se coloque mais um canal de comunicação e informação ao público, que é a plataforma SisMabe. Antes mesmo da reabertura do museu ao público, após a restauração do Palácio Antônio Lemos, o público já terá acesso aos serviços habituais que o museu oferece, por meio do site”, disse.
A curadora de obras do Museu, Nina Matos, que tem grande experiência na área cultural e museológica, fala sobre a importância do papel do curador. “Podemos considerar o trabalho de um curador em um museu, como fundamental, tanto no zelo e estudo das coleções, como no desvelar das mesmas, no trabalho de comunicá-las ao público, através de uma organização, um eixo, uma narrativa, um conceito, da interpretação das obras, oferecendo conhecimento das mesmas, como possibilidade de leituras”.
Conservação e restauro – Essa divisão do museu faz a gestão de salvaguarda do acervo museológico, prevenindo riscos e realizando atividades de preservação, conservação e restauro. Em 2019, houve a contratação de um restaurador de peças em cerâmica para reconstrução de cinco peças do acervo museológico do Mabe. O restaurador cumpriu todas as exigências do contrato, no que diz respeito a: reconstrução de fragmentos pendentes, colagem e recomposição da forma, bem como da policromia correta das peças que são réplicas de cerâmica arqueológica (a maior parte de cerâmicas pertencentes ao Museu Paraense Emílio Goeldi), produzidas por mestres ceramistas de Icoaraci, como o mestre Raimundo Cardoso, Mestra Inês Cardoso, Mestre Ademar Zaranza e outros.
Ação Educativa - O setor de Ação Educativa do museu é estratégico e se ocupa com o campo essencial da extroversão do acervo, como facilitador da comunicação com o público, por meio de ações educativas inclusivas e da mediação artística e educação patrimonial. Desenvolve práticas de atendimento ao público escolar (ensino fundamental, médio e superior), acolhimento de pessoas com deficiência, pessoas em situação de vulnerabilidade social, turistas brasileiros e estrangeiros, e demais visitantes locais.
Pesquisa e curadoria do acervo - O museu possui uma divisão que pesquisa sobre as coleções que constituem o seu acervo e que propõe a partir dessas pesquisas as exposições do Mabe.
Biblioteca Setorial do Mabe - Possui um rico acervo de livros, catálogos de exposições do Mabe e de outros museus locais e nacionais, teses, dissertações e outras publicações que versam sobre as artes visuais, o patrimônio cultural, a arquitetura e outros assuntos inerentes aos museus, especialmente aos museus de arte como o Mabe.
Restauração da Rede Elétrica - A obra no prédio do palácio Antônio Lemos consiste na instalação completa de cabeamento, fiação, transformador, sistema de fornecimento, tomadas e infraestrutura para receber a rede lógica e a climatização. Além disso, será implantado também um Sistema de Proteção de Descarga Atmosférica (SPDA), que protege contra, por exemplo, descargas de raios, ampliando a proteção contra incêndios.