FIM DA GREVE

Funcionários dos Correios retornam as atividades nesta terça-feira, dia 22, após determinação do Tribunal Superior do Trabalho (TST). O tribunal julgou na tarde de ontem conflito de interesse gerado pela greve dos trabalhadores, que estão parados desde o dia 17 de agosto, após discussões do novo acordo coletivo.
A greve não foi considerada abusiva pela maioria dos ministros durante a votação na Seção de Dissídios Coletivos, porém, após 35 dias parados, os funcionários da estatal terão um desconto de metade desses dias. Já o restante, deverá ser compensado com horas extras e afins. Além dessa medida, serão mantidas apenas 20 cláusulas que estavam previstas no acordo anterior. O reajuste de 2,6% é uma dessas.
Segundo a Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas dos Correios e Similares (Fentect), a greve ocorreu em forma de protesto contra a proposta de privatização da estatal e pela manutenção de benefícios trabalhistas. Segundo a entidade, foram retiradas 70 cláusulas de direitos em relação ao acordo anterior, como questões envolvendo adicional de risco, licença-maternidade, indenização por morte, auxílio-creche, entre outros benefícios.
Durante a audiência, os advogados dos sindicatos afirmaram que a empresa não está passando por dificuldades financeiras e que a estatal atua para retirar direitos conquistados pela categoria, inclusive os sociais, que não têm impacto financeiro.
Os representantes dos Correios no julgamento afirmaram que a manutenção das cláusulas do acordo anterior podem ter impacto negativo de R$ 294 milhões nas contas da empresa. Dessa forma, a estatal não tem como suportar essas despesas porque teve seu caixa afetado pela pandemia.
A empresa também sustentou que não pode cumprir cláusulas de acordos que expiraram, sob forma de “conquista histórica” da categoria.