Moda
Que o paraense é um povo criativo o mundo todo já sabe. E a cantora pop, também paraense, Gaby Amarantos, lança mais luz sobre um desses talentos vindo da periferia do Pará. Trata-se de Labo Young (você já ouviu falar dele?) é responsável pelo stylist do single "Vênus em escorpião” de Gaby Amarantos ft. Ney Matogrosso e Urias.
Segundo a cantora "ele é um jovem da periferia de Belém, de Icoaraci, que está fazendo um grande barulho na cena internacional de moda, com essa estática que é superamazônica, super-híbrida, sou muito fã".
Ele trouxe para o clip da música, nas palavras da artista em entrevista a um jornal local, "um look 'Floresta Tec' e é nessa periferia que eu acredito muito, essa periferia jovem criativa, da qual eu também vim", aprovou.
Labo Young é fruto de uma Amazônia ancestral que reafirma sua identidade junto a outros artistas como F1er6e, Jean Petra, Akhacio, Sushi de Sereia e Bixa do Mato, que ganham cada vez mais em capitais como São Paulo e Rio de Janeiro, sem perder sua identidade nortista.
Labo Young nasceu e cresceu em Icoaraci, distrito de Belém, marcado pela cultura Marajoara e Tapajônica. Mas foi na Ilha do Mosqueiro, para onde se mudou com a família que começou a desenvolver um trabalho que explora diferentes mídias como fotografia, moda e som.
“Suas experimentações partem da ressignificação de matérias naturais e outros elementos de seu cotidiano para a criação de um mundo de possibilidades fantásticas, onde a figura e forma humana se expandem e transmutam” descreve o site www.identidadesmarginais.com.
“Eu nunca consegui entrar em nenhuma faculdade pública ou particular da minha cidade. Sinto que tudo que tenho aprendido e compartilhado com o mundo vem de um lugar muito profundo, que vai além dos ensinamentos acadêmicos”, pontua o artista ao site.
O suporte principal de Labo Young usa para criar sua arte está na palma da mão: o celular. É com ele que que o artista compartilhar seu trabalho nas redes sociais.
“O celular é um acessório que tá sempre comigo e traz essa possibilidade de registrar tudo a qualquer hora. Meus registros fluem a partir dos encontros e momentos diários, então eu nunca senti dificuldade de ter ele como suporte”, conta.
Mas ele faz uma ressalva sobre as redes sócias que potencializa seu trabalho. “Essa projeção da necessidade que as redes criam para que estejamos sempre produzindo e postando, diminui nossa potência artística de uma forma cruel, nos fazendo esquecer que viver é muito mais importante do que o resultado final de uma imagem. É por isso que não costumo dar legendas ou títulos, o significado do meu trabalho é tanto para mim que muitas das vezes não cabe em palavras”, analisa.