BELÉM
Após quatro meses de altas escalonadas, variando de 0,95% em setembro a 1,51% em dezembro, a inflação desacelerou em janeiro, registrando -0,03%, sendo o menor índice desde agosto de 2020 (-0,04%). Belém foi a região metropolitana com a segunda menor inflação registrada no Brasil, ficando abaixo apenas de Goiânia (-0,17%). Os dados são do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgado hoje, dia 9, pelo IBGE.
Uma das principais responsáveis por puxar a inflação para baixo foi a energia elétrica residencial (-4,09%), uma vez que houve mudança de bandeira. “Após a vigência da bandeira tarifária vermelha patamar 2 em dezembro, passou a vigorar em janeiro a bandeira amarela. Assim, em vez do acréscimo de R$ 6,243 por cada 100 quilowatts-hora, o consumidor passou a pagar um adicional bem menor, de R$ 1,343”, explica o gerente da pesquisa, Pedro Kislanov. A mudança acabou gerando uma deflação de -1,41% no grupo habitação, que teve o maior impacto negativo no índice do mês.
Outro grupo que influenciou na queda da inflação foi Transportes (-0,45%), movido principalmente pela queda no preço das passagens aéreas (-24,01%). O item teve a maior queda isolada do mês, invertendo a alta de 20,32% observada no mês anterior (dezembro). Ainda no grupo, também apresentou queda o valor do transporte público (-4,80).
Por outro lado, o grupo Alimentação e bebidas continua puxando o índice para cima (0,95%), mas com menos força. Apesar de ter apresentado a maior variação do mês, a alta foi menos intensa do que a de dezembro (2,53%). As frutas subiram menos (4,80% contra 8,27% em dezembro) e as carnes caíram de preço (-0,05% contra alta anterior de 4,29%), bem como cereias, leguminosas e oleaginosas também custaram menos na cesta das famílias (-0,60% frente a alta anterior de 8,22%). No entanto, produtos como a cebola (17,58%) e o tomate (4,89%), que tinham recuado no mês anterior, aumentaram.
Além disso, a alimentação fora do domicílio seguiu o aumento, passando de 0,11% em dezembro para 0,42% em janeiro, particularmente por conta da alta do lanche (0,81%).
Tanto o grupo Vestuário quanto o grupo Saúde e cuidados pessoais apresentaram retração de, respectivamente, -0,17% e -0,20%. Itens como roupas (-0,44%) e produtos farmacêuticos (-1,87%) tiveram os preços reduzidos em janeiro.
Observa-se também que no peso mensal do que é gasto pelas famílias residentes em Belém, alimentação (27,6%), transportes (17,8%) e habitação (15,7%) correspondem, sozinhos, a mais de 60% dos gastos mensais.