SAÚDE
No Brasil, esse tipo de câncer já representa a primeira causa de morte por doença entre 0 e 19 anos de idade, o que demonstra a importância de avanços na área da Oncologia pediátrica.
“As estatísticas têm demonstrado, nas últimas décadas, que o tratamento do câncer infantojuvenil obteve progresso significativo, com índices de cura que passaram de 30% a mais de 80% desde os anos 1960, explica Fabíola Puty, oncologista infantojuvenil pela Pró-Saúde no Hospital Oncológico Infantil Octávio Lobo, em Belém (PA).
De acordo com a especialista, mesmo com essa evolução na terapêutica e na qualidade de vida dos pacientes oncológicos, a oncopediatria ainda enfrenta o desafio que esbarra na questão do diagnóstico precoce.
“É fundamental falarmos sobre câncer, seus sinais e sintomas. O conhecimento sobre esse assunto não pode ser somente dos profisionais de saúde, mas de toda a sociedade, para que esta reconheça e saiba que trata-se de uma doença grave e que precisa de imediata intervenção médica. O paciente que apresenta uma doença limitada, precocemente diagnosticada chega a ter o dobro de chances de cura do que um paciente que chega muito doente e com a situação muito avançada”, frisou a oncopediatra.
A médica pontua as diferenças entre o câncer em uma pessoa adulta e o câncer em jovens. “Na criança, geralmente são afetadas as células do sistema sanguíneo e os tecidos de sustentação, já na pessoa adulta são as células do epitélio, que recobrem os diferentes órgãos, como mama e pulmão, os atingidos”.
A especialista acrescenta que as doenças malignas relacionadas à infância, por serem predominantemente de natureza embrionária, são constituídas de células indiferenciadas, o que determina, em geral, uma melhor resposta ao tratamento.
Casos no Pará e os tipos de câncer
Segundo dados do Hospital Oncológico Infantil, entre os anos de 2018 a 2020, foram registrados 576 casos de cânceres de diferentes tipos. Atualmente, o hospital possui 442 pacientes ativos em tratamento e 52 internados.
Os casos de leucemias (glóbulos brancos), tumores do sistema nervoso central e os linfomas (sistema linfático) representam os tipos mais comuns de câncer infantojuvenil.
É o caso da Leucemia Mieloide Aguda (LMA), caracterizada por alta taxa de mortalidade e fatores prognósticos que ainda são incertos. Porém, a realização de diversos estudos, nas últimas décadas, trouxe progressos no diagnóstico, estratificação e tratamento, possibilitando o aumento e sobrevida, atualmente próxima a 75%.
No entanto, também acometem crianças e adolescentes o neuroblastoma, um tipo de tumor no sistema nervoso periférico, frequentemente localizado na região abdominal. Além dele, existe ainda o retinoblastoma, tumor da retina do olho; o osteossarcoma, tumor ósseo; e os sarcomas, tumores de partes moles.
Os tumores de sistema nervoso central são o segundo mais recorrentes na população infantojuvenil, com risco de sequelas neuromotoras, que perduram após o tratamento oncológico, podendo causar limitações ao retorno das atividades cotidianas.
“Nestes casos, o tratamento pode ser muito agressivo e investir na reabilitação e todo contexto da criança é muito importante. Sua funcionalidade pode ser conquistada aos poucos e significativa, facilitando sua adaptação à nova condição motora e, assim como, o planejamento terapêutico oncológico”, pontua Fabíola Puty.
Câncer genético
Sobre o retinoblastoma, tumor intraocular e um dos mais comuns na infância, tem incidência de, aproximadamente, 1 criança dentre 12500 a 25000 nascidas por ano.
A doença tende a ter mais de 90% de cura se diagnosticado e tratado precocemente, porém, em muitos casos, é ainda diagnosticado em estágios avançados, diminuindo a sobrevida.
De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca), o retinoblastoma foi o primeiro câncer a ser descrito como uma doença genética.
Este tipo ocorre na criança pequena, sendo que dois terços dos casos são diagnosticados antes dos 2 anos de idade e 95% antes dos 5 anos de idade.
Como forma de detecção é realizada a triagem no berçário pelo Teste do Olhinho, e as consultas pediátricas nos dois primeiros anos de vida permitem o diagnóstico precoce da doença.
Referência na Região Norte
O Oncológico Infantil Octávio Lobo é unidade de referência voltada, exclusivamente, ao diagnóstico e tratamento especializados do câncer infantojuvenil. Em número de leitos, a unidade é o maior do Sistema Único de Saúde (SUS).
Uma das marcas do hospital desde a sua inauguração, em 2015, é a oferta de um atendimento diferenciado, pautado nos princípios da Política Nacional de Humanização.
Referência na região Norte, atende crianças e adolescentes de municípios do Pará e Amapá. Possui 89 leitos, sendo 79 enfermarias e 10 Unidade de Terapia Intensiva.
A unidade, mantida pelo Governo do Pará e gerenciada pela Pró-Saúde, foi a primeira com atendimento à oncologia pediátrica no Estado a alcançar o nível máximo da certificação de qualidade, concedido pela Organização Nacional de Acreditação (ONA).
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