COVID-19
Após cerca de um ano em pandemia, a população enfrenta este período com esgotamento. Pesquisas apontam que as pessoas voltam a sair de casa e buscam retomar traços da rotina “normal”, apesar do avanço da segunda onda da doença e do surgimento de novas cepas de Covid-19. No Pará, há casos da variante brasileira e a região oeste, mais afetada, passa por novo lockdown. Em busca de assegurar a adoção de medidas básicas de prevenção, municípios anunciaram medidas mais severas, como a multa a quem não usar máscaras em ambientes públicos.
O debate sobre o impacto da pandemia na saúde mental da população e o insistente negacionismo da gravidade da pandemia são temas de discussão entre especialistas em live promovida na próxima quinta-feira (18), pelo Conselho Regional de Psicologia do Pará e Amapá (CRP 10).
Para especialistas, o relaxamento das medidas de prevenção fica mais visível em relação ao distanciamento social. As cenas nas portas de agência bancárias, que em abril e maio assustavam e causavam indignação, parece não incomodar mais nem as pessoas que se aglomeram e nem as autoridades. Há casos de praias movimentadas e escolas que retomam as atividades.
“Ocorre que estamos diante de um fracasso do estado neoliberal, que não mais nos proporciona o prometido amparo e bem-estar coletivo. É um estado necrófilo, necropolítico, que apela para o mecanismo de defesa mais primário que temos que é a negação, uma reação anticiência, de ódio ao saber”, diz a psicóloga Madalena Gonzaga. “Estamos angustiados. Os consultórios de psicologia e psiquiatria estão cheios de pessoas deprimidas e que estão se utilizando de medicação para sobreviver a este momento”.
A Secretaria de Saúde do Pará (Sespa) alerta a população sobre a mutação do novo coronavírus. Segundo a infectologista Rita Medeiros, a nova cepa tem maior poder de contágio e requer tanto cuidado quanto o vírus original. Diante do cenário, médicos reforçam a importância dos cuidados para prevenir a Covid-19. Já há casos de pessoas que testaram positivo duas vezes e sofrem com as consequências da reinfecção.
Neste complexo cenário, há ainda um elemento de gênero. O pesquisador Wagner Dias Caldeira, psicólogo e conselheiro do CRP-10, destaca que os homens são os que mais resistem na adoção de medidas de prevenção. “Desde o início da pandemia, eles usam máscara no queixo ou não usam. Eles acreditam que esse tipo de cuidado os fragiliza. Como se fosse alguma forma de ‘feminilização’ do homem. É como se o corpo do homem fosse inviolável. As falas do presidente ilustram muito bem isso: ‘É só uma gripezinha’, embora mais de 220 mil brasileiros tenham morrido. É como se 'ainda que o vírus me infecte, meu corpo forte será capaz de matá-lo'. Os homens têm dificuldade de ir ao posto de saúde, tomar vacina, há homens que nem fazem higiene íntima porque acreditam que isso tenha algum tipo de relação com a homossexualidade. Parece absurdo, mas é a realidade”, diz Wagner, que estuda a masculinidade.
Serviço
- Live “Saúde mental e pandemia: por que deixamos de nos proteger?”
- Data: quinta-feira, 18.
- Hora: às 19h30.
- Nas redes sociais do CRP-10.
Tags
Covid-19 pandemia prevenção
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