"O SUS é um sustentáculo neste contexto de enfrentamento à pandemia. A saúde, a vida dos brasileiros, passa pela defesa do SUS, da saúde pública como um direito humano. A rede municipal oferece uma logística e material humano com muita qualidade, que nos dá segurança para falar, divulgar as ações que estamos realizando, como um plano para salvar vidas num tempo de crise sanitária e crise econômica". A reflexão é do prefeito de Belém, Edmilson Rodrigues, sobre a importância de nesta quarta-feira, 07 de abril, exaltar o Dia Mundial da Saúde e Dia Nacional em Defesa do Sistema Único de Saúde (SUS) e da Democracia.

A Lei nº 8080, assinada em 1990, dispõe sobre as condições para a promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços correspondentes. Uma legislação que, como ressaltou o prefeito Edmilson Rodrigues, vislumbrou a saúde pública como um direito humano, até então restrita aos trabalhadores com carteira assinada.

De forma democrática, o sistema passou a oferecer a todo cidadão brasileiro acesso integral, universal e gratuito a serviços de saúde. Considerado um dos maiores e melhores sistemas de saúde públicos do mundo, o SUS oferece inúmeros serviços de saúde, desde consultas médicas até os procedimentos de alta complexidade, como transplantes de órgãos.

Atenta ao princípio da universalidade do SUS, como um direito de cidadania de todas as pessoas e que cabe ao Estado assegurá-lo, a jornalista Maísa Portal recorreu à saúde pública para garantir o tratamento de sua filha, diagnosticada com artrite reumatoide. Foi no SUS, enfatiza ela, encontrou os maiores especialistas na doença e conseguiu o melhor acompanhamento.

“Hoje a minha filha faz todo o tratamento pelo SUS. Ela recebe gratuitamente a medicação para controlar a doença. Essa medicação é  cara. Se esse tratamento fosse pelo plano, teríamos que comprar. Eu não teria condições financeiras para isso. Para minha família o SUS tem sido primordial”, ressalta.

Sesma, a gestora do SUS em Belém
Fundamentada nos conceitos, princípios, práticas e protocolos do SUS, consolidados por mais de 30 anos, é que, em Belém, a Secretaria Municipal de Saúde (Sesma) tem atuado como gestora do SUS, responsável pela elaboração e manutenção de políticas de saúde, além de planejar, promover e normatizar ações de proteção da saúde na capital.

A atual gestão municipal não tem medido esforços para fazer valer a Lei 8080. A prova é que com a chegada da segunda onda da pandemia, ações à saúde pública estão sendo ampliadas para oferecer à população belenense o melhor atendimento. Como exemplo, destaca-se a instalação de 11 clínicas de campanha, anexas às Unidades Básica de Saúde (UBS) e cinco tendas nas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs), as quais tem sido a porta de entrada da população para ter acesso ao atendimento e tratamento da Covid-19.

Para o secretário municipal de saúde, Maurício Bezerra, o SUS demonstra, a cada dia, ser de fato o maior sistema público de saúde do mundo. “Em plena pandemia, o SUS tem demonstrado a sua capacidade operacional. Nós conseguimos diversificar e capilarizar as ações de combate à pandemia, tanto na área de prevenção, através dos agentes de saúde, como na área da atenção primária, da urgência e emergência, na retaguarda de alta e média complexidade e, sobretudo, no processo de vacinação da população contra a Covid-19”, ressalta o secretário.

O médico e coordenador do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), Manuel da Paixão, há 27 anos trabalha como servidor da saúde pública e diz que foi trabalhando na rede que conseguiu por em prática tudo o que aprendeu na teoria dentro da faculdade de medicina. 

Segundo ele, é “no SUS a gente não aprende só a ter experiência, como médico, a gente aprende a lidar com o sofrimento das pessoas, principalmente das pessoas de baixa renda. Elas têm problemas pessoais, psicológicos, de alimentação, educação, segurança e isso tudo vai culminar lá na frente com problemas de saúde. Quando atendemos essas pessoas levamos em consideração todo esse contexto socioeconômico e a entender o quão complexo é o nosso país”.