DESAFIOS
Foto: Tábita Oliveira - Semec
A Secretaria Municipal de Educação (Semec), por meio da Coordenação de Educação Infantil, promoveu nesta terça-feira, 4, o II Diálogo formativo da rede municipal de ensino. O encontro debateu o tema “A interação com bebês no formato não presencial: desafios e possibilidades”, pelo canal do Núcleo de Informática Educativa (Nied), no YouTube.
Atualmente, a Prefeitura de Belém atende 20.284 crianças da Educação Infantil, que estão divididas nas turmas de berçário I e II, Maternal I e II, que corresponde às crianças de 0 a 3 anos, conhecidas popularmente como turmas de creche, além das turmas de Jardim I e II, que atende crianças de 4 e 5 anos, chamadas de turmas de pré-escola.
Primeira escola pública bilíngue - “A educação infantil é o lugar onde mora nosso coração e onde precisamos chegar com muita força, porque é uma etapa fundamental para as nossas crianças. O nosso planejamento é ampliar e universalizar a educação básica, em especial, a educação infantil. Queremos construir 12 escolas ao longo da gestão e estamos felizes de ganhar a creche “São Francisco”, nossa primeira escola pública bilíngue. É um orgulho alfabetizar nossas crianças também em língua inglesa”, afirma a secretária municipal de Educação, Márcia Bittencourt, durante abertura do evento.
Ela aproveitou a ocasião para convidar os professores a se envolverem com o projeto “Belém, cidade alfabetizada e educadora”, preparando as crianças para se desenvolverem na etapa certa, para não correrem o risco de ficarem retidas em uma série, e com isso, provocar uma evasão escolar, além de se envolverem com a alfabetização de jovens, adultos e idosos para superar o analfabetismo, no centenário de Paulo Freire.
O evento se dividiu em dois momentos: o primeiro com a convidada especial, doutora em Comportamento Humano, Celi Bahia, docente da Universidade Federal do Pará e pesquisadora da educação de bebês. Em sua fala, Celi fez uma reflexão sobre o assunto no contexto que a pandemia impõe aos professores e famílias.
“Pensávamos que a pandemia ia passar logo e não foi assim. Agora precisamos pensar no ensino dessas crianças de forma remota. Sabemos que na rede de ensino de Belém há diversas realidades, e assim, não podemos pensar numa educação igual para todos. Precisamos reinventar a educação infantil, sabendo que ela tem uma identidade em que as crianças tem seu jeito próprio para aprender. Nesse processo de ensino, erro e experiências vividas ano passado, aprendemos que precisamos criar estratégias para manter o vínculo com as crianças e as famílias. Criar e construir uma empatia com as famílias”, revela Celi.
Ela explica que é na família que a criança começa a conhecer o mundo, a desenvolver sua identidade, construir sua subjetividade, por meio da socialização, dos hábitos culturais e valores que a família transmite. “O que este tempo de pandemia mostrou foi que as famílias passaram a valorizar muito a escola, e a reciproca é verdadeira. A escola também passou a valorizar a interação com a família. Precisamos potencializar esse espaço da família, enquanto espaço de aprendizagem para estas crianças. Vamos pensar nessas estratégias junto com as famílias”, concluiu.
Relato de experiência – As professoras Maria Paula Ferreira e Eliene de Faria, da Unidade de Educação Infantil (UEI) Wilson Bahia de Souza, localizada no bairro do Curió-Utinga, compartilharam suas experiências.
“O atendimento às famílias requer a preparação da instituição e dos profissionais. É possível atender as famílias por meio de ligação, agendamento no espaço e obedecendo a escala dos profissionais. É importante também propor situações que favoreçam a brincadeira e as interações no meio familiar”, relata Maria Paula Ferreira, coordenadora da unidade educativa, sobre algumas das estratégias utilizadas.
A professora do berçário, Eliene de Faria, compartilhou sua pesquisa "Docência com bebês – autobiografia docente entre currículo e outras tramas”, que traz o seu processo formativo na educação infantil.
Este e demais encontros da Coordenação da Educação Infantil (Coei) continuam disponíveis no canal do Núcleo de Informática Educativa (Nied), no YouTube. O encontro foi mediado pela professora Nilcilene Dias, da Coei, e teve a participação das intérpretes de Libras, Rosa Diniz e Luane Favacho. A apresentação cultura foi realizada pela educadora Heliana Barriga e seu neto Léo Couto.